12 sonhos para 2025 a pensar em Esmoriz

1 de Janeiro, 2025 0 Por A Voz de Esmoriz

Como é comum, em todas as passagens de ano, uns segundos antes da entrada oficial no novo ano, há a tradição de ingerir 12 passas, acompanhadas de um pequeno copo recheado com espumante ou champanhe, sendo que cada uma delas é associada a um desejo. E claro, todos já o fizeram ontem à noite, na entrada com pé direito para o dia 1 de Janeiro de 2025 que hoje vivemos.

Se Esmoriz fosse uma pessoa individual e se ontem estivesse a celebrar a passagem de ano, quais seriam os 12 desejos que pediria para 2025? Este é o desafio que aceitamos abraçar neste texto de uma forma construtiva. Não constitui um exercício de natureza política (nada disso), mas antes um conjunto de ideias através de uma perspectiva subjectiva apresentadas pelo autor deste artigo.

Claro que a sua concretização depende da conjugação do empenho de diversas entidades, mas não custa nada sonhar ou pedir, em prol do bem comum!

Este é um desafio lúdico e genuíno, onde apresentamos ideias ou sugestões criativas que deixamos aos nossos leitores.

Vamos a isso?



12 Sonhos para Esmoriz


1- Reabilitação e Dinamização do Esmoriztur

Este é o grande sonho dos esmorizenses. Uma cidade sem uma casa da cultura, é uma cidade incompleta na sua essência. E a reabilitação do Esmoriztur, com capacidade e conforto para acolher grandes espectáculos musicais, de teatro e workshops, seria uma mais-valia, e mais do que tudo, um acto de justiça que os esmorizenses merecem, visto que já se passaram algumas décadas com o edifício fechado. Além da reabilitação, urge apresentar uma programação sonante (que saiba conciliar grupos musicais e artistas sonantes bem como as actividades das associações locais de Esmoriz, sem excluir Cortegaça e Maceda) bem como repensar o estacionamento no seu redor. Ao que parece, a adjudicação já avançou, pelo que falta apenas o visto do Tribunal de Contas.


2- Requalificação da Escola Secundária de Esmoriz

A Escola Secundária de Esmoriz também carece de uma revisão minuciosa ao nível das infraestruturas, ligações eléctricas, acessibilidades e segurança. É uma instituição de ensino escolar que necessita de intervenções profundas ao nível do refeitório, polivalente, pavilhão desportivo e balneários. A Escola Secundária de Esmoriz, sede do Agrupamento de Escolas de Esmoriz/Ovar Norte, alberga actualmente alunos oriundos de Esmoriz, Cortegaça, Maceda e dos concelhos vizinhos (Espinho e Santa Maria da Feira). Pelo que apuramos, o projecto de execução, com um investimento superior a 5 milhões de euros, já foi aprovado pela autarquia, o que parece ser um bom prenúncio.


3- Desassoreamento da Barrinha de Esmoriz

As acções de desassoreamento não ficaram concluídas na Barrinha de Esmoriz, as quais deveriam devolver profundidade ao seu caudal, sendo este último fundamental para a biodiversidade e para o futuro sustentável do ex-libris. Espera-se que a lagoa volte a ser intervencionada pelas entidades que assumem a supervisão ambiental na região. Também é importante haver foco no que concerne à manutenção dos passadiços.


4- Criação da Casa-Museu Florbela Espanca

A criação de uma Casa-Museu sobre Florbela Espanca, cujo centenário da sua passagem por Esmoriz se está a assinalar neste momento, é outra meta que pode ser alcançada. O aluguer ou aquisição (após negociação) da casa onde vivera na Casela, ou em caso de impossibilidade de negociação, a escolha de outro edifício, podem ser a solução. A nova Casa-Museu albergaria as obras literárias da poetisa e também, em jeito de exposição, cópias das cartas que enviou a partir de Esmoriz bem como trechos de testemunhos sobre a sua passagem pela então aldeia da Barrinha, entre 1924 e 1926.

5- Requalificação e Revisão da Rua dos Castanheiros e de outros arruamentos

A Rua dos Castanheiros oferece hoje alguns problemas ao nível da sua segurança, tanto rodoviária como pedonal. Há pessoas com alguma idade, ali moradoras, que se queixam da ausência de passeios (ou quando existem, estes são demasiado estreitos) e que alertam que há veículos que circulam a alta velocidade na via. A rua dos Castanheiros já justifica uma repavimentação (porque há buracos no arruamento), mas isso só por si, não chega. É fundamental repensar a segurança na via com a introdução de passeios e lombas. Pode ainda ser criada um rotunda na intersecção com a EN 109, caso seja viável.

6- Criação do Estatuto de Esmoriz, Capital Portuguesa da Tanoaria

Esmoriz tinha dezenas de tanoarias nos inícios do século XX. Por aqui, passaram centenas, senão milhares, de tanoeiros. A arte da produção de barris conseguiu almejar uma efervescência, raramente igualável noutros pontos do país, pelo que Esmoriz deve reivindicar esse estatuto que a história lhe deve. O monumento ao tanoeiro já assinala a tradição, mas é possível fazer-se mais.

7- Criação de um Museu da Tanoaria

No seguimento do desejo anterior, é fundamental criar um museu que explique a arte, as ferramentas, o labor e as experiências dos tanoeiros esmorizenses. A produção incessante e árdua de barris para albergar vinhos, azeite e outros líquidos, ou para fins decorativos, deve ser um cartão de visita da cidade para o exterior. Um Museu da Tanoaria, além de reforçar a identidade da cidade, recordaria aos visitantes um dos elos mais importantes que integra a história de Esmoriz. Pelo que apuramos, há uma entidade com forte tradição na área que, de forma muito dinâmica, vai concretizar, em breve, esse projecto, pelo que revelaremos logo que seja oficializado.


8- Conservação dos Palheiros da cidade

O estado de alguns palheiros em Esmoriz justifica preocupação. O Palheiro Amarelo e outros devem ser conservados, a fim de garantir esta tradição arquitectónica que diz muito aos esmorizenses. Espera-se que proprietários e autarquias locais consigam caminhar juntos nesse sentido.


9- Requalificação da Igreja Matriz de Esmoriz

O sonho de requalificar a Igreja Matriz de Esmoriz exigirá sempre um investimento bastante considerável. A criação de melhores condições estruturais é importante, mas este é um projecto difícil e complexo de concretizar, até pelos valores que podem motivar a sua requalificação.

10- Criar um centro interpretativo sobre a Necrópole do Chão do Grilo.

O Chão do Grilo, situado entre os lugares da Torre e de Gondesende, mais concretamente nas imediações da rua da Saibreira, alberga uma necrópole (cemitério) da Alta Idade Média, datada para o período cronológico entre os séculos V e VIII d.C., épocas em que os suevos e visigodos predominavam na Península Ibérica. Foram ainda detectados artefactos, numa investigação recente, que indicam que ali teria também existido um povoado, ainda mais antigo, que remontaria à Idade do Ferro. A criação de um pequeno centro interpretativo serviria para assinalar a presença deste sítio arqueológico.

11- Reabilitação e dinamização da Biblioteca de Esmoriz

A Biblioteca de Esmoriz, por vezes, carece de alguns problemas ao nível das infiltrações e, a nosso ver, deveria ser mais dinamizada, a fim de acolher pequenas exposições e visitas guiadas, envolvendo a própria comunidade escolar.

12- Criação de um busto de homenagem a Alexandre Sá Pinto em Gondesende

Alexandre Sá Pinto (1833-1926) foi talvez a personalidade histórica mais importante de Gondesende. Apesar de ter vivido em grande parte no Brasil e, sobretudo, na Argentina (Buenos Aires), deixou uma grande fortuna a diversas entidades portuguesas, nomeadamente ao seu torrão natal – Esmoriz. A ideia seria colocar o mesmo numa rotunda ou noutro espaço público do lugar de Gondesende, onde havia nascido.



Créditos da Foto: Saul Fragoso (“Ovar em Portugal”)