76 anos da libertação de Auschwitz

27 de Janeiro, 2021 0 Por A Voz de Esmoriz

Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta. Mas pergunto-me: escreverei alguma vez alguma coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração! Ao escrever sei esclarecer tudo, os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias” – Anne Frank (1929-1945)*

O Holocausto foi um dos episódios mais negros da História da Humanidade, e na verdade, faz parte de um capítulo não-muito antigo, visto que o mesmo se materializou num período compreendido de entre há 75 ou 80 anos. Ou seja, ainda hoje existem algumas testemunhas desse período e que, na altura, eram crianças e cuja juventude foi marcada pelas mortes injustas dos seus pais, familiares e amigos.

No dia de hoje, assinalam-se 76 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz pelo Exército Vermelho (27 de Janeiro de 1945), espaço localizado no Sul da Polónia em que foram cometidos pelas forças nazis os maiores terrores e atrocidades que resultaram na morte de entre 1,3 a 3 milhões de pessoas, de entre os quais, judeus (maioritariamente), ciganos, poloneses e prisioneiros soviéticos que para ali foram deportados, em condições miseráveis e desumanas. Ao abrigo da maquiavélica “Solução Final”, muitos seriam executados (nas câmaras de gás), outros pereceriam de fome ou dos trabalhos forçados, e houve aqueles que foram ainda sujeitos a experiências médicas macabras (o temível Josef Mengele, médico sádico desse campo de concentração, nem sequer poupava as crianças aos seus experimentos).

Ao todo, cerca de 6 milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto Nazi. O regime de Adolf Hitler tentou extinguir esta cultura por considerá-la inferior e desprezível aos olhos da raça ariana que procurava promover a todo o custo com uma propaganda racista e demagógica.

Giorgio Perlasca (enquanto assistente de embaixador e cônsul na Hungria que emitiu documentos e arranjou refúgio para várias pessoas), Aristides de Sousa Mendes (cônsul português em Bordéus que assinou vários “vistos” que permitiram salvar várias famílias judaicas), Raoul Wallenberg (primeiro-secretário da delegação sueca em Budapeste que ajudou a expedir passaportes especiais para cidadãos judeus), Oskar Schindler (empresário e industrial alemão que empregou milhares de trabalhadores nas suas fábricas, impedindo que acabassem nos campos de concentração), entre outros, são nomes que não podem ser esquecidos porque salvaram as vidas de milhares de pessoas que procuravam fugir a um destino cruel. Foram autênticas luzes no meio da escuridão!

O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é igualmente assinalado no dia de hoje. Efectivamente, não nos podemos esquecer dos erros do passado, de forma a aprendermos com eles para que não se voltem a repetir!

Cada um deve ser livre nas suas convicções! O mundo deve ter lugar para todos!

Créditos da Imagem: The Jewish Chronicle

* Anne Frank foi uma jovem judia com um talento singular para a escrita que viveu entre 1929-1945. Foi vítima dos nazis, tendo estado nos campos de concentração de Auschwitz e Bergen-Belsen. Escreveu um Diário que resistiu à barbárie, embora a sua autora não tenha resistido à crueldade e a um surto de tifo que havia sentenciado a sua vida e a da sua irmã).