
A morte de crianças no Mediterrâneo é uma atrocidade que perseguirá estas costas nos anos vindouros
17 de Junho, 2023Declaração do Escritório Regional da UNICEF na Ásia e Europa Central e de Philippe Cori, coordenador especial interino da Resposta a Refugiados e Migrantes na Europa
ATENAS/GENEBRA/ROMA, 15 de junho de 2023 – “A UNICEF manifesta a sua profunda tristeza e choque perante as múltiplas informações de que até cem crianças poderão estar entre aqueles que ficaram presos no porão de um barco que naufragou e afundou ao largo das costas da Grécia ontem; trata-se da maior tragédia marítima dos últimos anos no Mediterrâneo.
Podemos supor que muitas dessas crianças terão perdido a vida, uma vez que, até agora, os relatos de sobreviventes são limitados. Transmitimos as nossas mais profundas condolências às famílias das crianças e a todos os afetados por este acontecimento horrendo.
Trata-se de crianças migrantes e em busca de asilo que fugiram do conflito, da violência e da pobreza. São crianças que provavelmente enfrentaram exploração e abuso em cada etapa da sua viagem. A maioria delas terá tentado fazer a perigosa travessia sozinhas, nas mãos de traficantes e contrabandistas.
A UNICEF está preparada para responder às necessidades imediatas das crianças e mulheres que possam ter sobrevivido ao naufrágio, em coordenação com os seus parceiros e as autoridades nacionais.
Qualquer vida perdida é uma tragédia. A morte evitável de tantas crianças no mar Mediterrâneo é uma atrocidade que perseguirá estas costas nos anos vindouros. Já basta.
De acordo com o direito internacional e da Convenção sobre os Direitos da Criança, os países estão obrigados a proteger os direitos e o melhor interesse das crianças. A UNICEF continua a apelar à disponibilização de rotas seguras e legais para a migração e o asilo na União Europeia, assim como a operações coordenadas de procura e salvamento que contribuam para prevenir mortes no mar.
As crianças são crianças e os países devem trabalhar em conjunto para garantir que todas as vidas das crianças sejam protegidas, independentemente do seu estatuto migratório.”
Comunicado da UNICEF Portugal
Imagem retirada do Jornal Madeira