
“As nossas músicas, desde o mais pequenino até ao mais velhinho, toda a gente canta!” – Paulo Ribeiro (Grupo Bandalusa)
15 de Abril, 2025Na passada sexta-feira, a rádio Voz de Esmoriz teve a honra e o prestígio de receber nos seus estúdios Paulo Ribeiro, vocalista do ilustre e sonante Grupo Bandalusa que conta com inúmeros fãs e seguidores em todo o país e até no estrangeiro. A entrevista decorreu no programa Ritmo Informativo, sendo conduzida por Pedro Henriques.
Em termos de contextualização histórica, o grupo Bandalusa é um projecto musical originário do Porto. Liderada pelo carismático cantor Paulo Ribeiro, a banda é conhecida pela sua música ligeira e popular de alta qualidade. Apesar da sua génese remontar a 1980, o primeiro trabalho gravado dos Bandalusa foi lançado em 1988, e desde então o grupo tem sido responsável por inúmeros sucessos que cativaram imensos públicos em Portugal e nas comunidades emigrantes no estrangeiro. Ao longo dos anos, a banda tem sido presença assídua em festas, romarias e eventos culturais, bem como em participações televisivas, consolidando-se como uma das preferidas do público. A discografia do Grupo Bandalusa é vasta, com álbuns como “Momentos e Viagens”, “A História continua”, “Levo-te p’ra casa”, “Amigos para Sempre”, “Na Pontinha do Pé”. Ao nível das músicas, são várias aquelas que se evidenciaram – “Bate, bate, bate”, “Se a Casa Cair”, “Levo-te para casa”, “Eu quero bem à minha sogra”, “Ela chora chora”, “Maria tcha tcha tcha”, etc. Nesse sentido, os Bandalusa apresentam uma mistura de ritmos populares e letras que rapidamente se tornam favoritas nas festas e eventos por onde passam.
Em entrevista à rádio Voz de Esmoriz, Paulo Ribeiro, vocalista do Grupo Bandalusa, começou por referir que é um prazer ao fim de tantos anos regressar a esta emissora, tendo já estado aqui presente aquando dos passos iniciais da banda. Agradeceu igualmente aos muitos ouvintes que seguem com alegria os temas do grupo, frisando que todos fazem parte da família deste grande projecto.
Quanto às origens do grupo, que datam por volta de 1980, Paulo Ribeiro recorda que, quando ele e os outros pioneiros andavam a estudar os “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, decidiram inspirar-se nesta odisseia para baptizar o projecto com o nome de “Bandalusa”, sendo que hoje se trata de uma marca que vai por esse mundo fora e que acaba por ser um embaixador da cultura e identidade portuguesas. Recorda que depois, em 1988, entraram pela primeira vez num estúdio e que, actualmente, ao fim de 36 ou 37 anos, continuam a estar lá, o que é extremamente bom, tornando-se uma evidência de que as pessoas foram reconhecendo e apreciando a qualidade dos trabalhos produzidos até à data de hoje.
Nos primeiros tempos, e no que concerne às influências musicais, Paulo Ribeiro transmitiu-nos que se inspirava em nomes como Paco Bandeira, Rui Veloso e os Além-Mar.
Confidencia que a banda surgiu inicialmente como um “hobbie” até porque cada um tinha o seu próprio trabalho, e por isso, não imaginavam sequer, nos primeiros tempos, que viriam a ter o sucesso estrondoso que o futuro lhes reservaria.
O vocalista dos Bandalusa refere que actualmente os métodos de trabalho são diferentes daqueles que existiam nos primeiros tempos, relembrando que hoje se recorre aos meios digitais e que tudo é mais automático ou simplificado do ponto de vista tecnológico. Recorda ainda que alguns membros que estiveram, desde o início da fundação do grupo, decidiram abraçar outros projectos, tendo sido substituídos por outros elementos. Paulo Ribeiro teve de acompanhar essas mudanças e manter o projecto musical na senda do êxito contínuo.
No capítulo das histórias mais curiosas que teve a oportunidade de presenciar, relatou uma viagem aos EUA, de avião e depois de carro já no interior deste país, sendo que já se achava perto do Pacífico, encontrando-se a 17 mil quilómetros de casa – decidiu entrar num restaurante onde encontrou um senhor (cujos ascendentes seriam açorianos) que, ao encetar uma conversa, lhe perguntou, em jeito de brincadeira, se conhecia a música “Maria tcha tcha tcha” (um dos temas mais sonantes dos Bandalusa). Sinal de que a magia musical do grupo já chegava a qualquer canto do planeta.
Relembra ainda que a banda começou com 5 elementos, mas que hoje são 10 elementos (mas se incluir toda a equipa técnica, são 23 pessoas), e que vai com todos eles para cada concerto, espectáculo ou desafio.
Apesar do inequívoco sucesso de muitos dos temas dos Bandalusa, salienta que não é fácil criar músicas que fiquem no ouvido das pessoas. Paulo Ribeiro confessa que todos os anos surge a mesma questão – “o que vamos gravar neste ano para pôr o povo a cantar?”, recordando que as fasquias da exigência e da responsabilidade estão elevadas devido ao trajecto prévio. Argumenta que é sempre uma missão muito complicada produzir uma melodia de sucesso.
Sobre o tema que mais gostou de cantar, reconheceu que não é uma escolha fácil porque há melodias de alta qualidade produzidas pelo grupo, mas acabou por seleccionar a música “Se a Casa Cair”, sendo aquela que mais gozo lhe deu e que teve até hoje entre 25 a 30 milhões de visualizações na plataforma do Youtube.
Na sua opinião, se a criança, que não é obrigada, canta a música, certamente que o adulto irá cantá-la também. E, nesse sentido, remata que “as nossas músicas desde o mais pequenino até ao mais velhinho, toda a gente canta!”, seja no carro, no banheiro, em casa ou na plateia.
Paulo Ribeiro salienta que vai actuar, no dia 30 de Agosto, em Logan (EUA), por altura das celebrações de Nossa Senhora, sendo que a organização prevê uma assistência a rondar 18 mil pessoas a falar a língua de Camões.
Desafiado para escolher três adjectivos ou expressões que caracterizassem a banda, o vocalista escolheu “alegria”, “boa disposição” e “muita cor”.
Sobre o seu novo tema “Xupeta”, que tem pouco mais de uma semana de existência, relembra que se inspirou nas “chupetas ou chuchas dos netos” e na nostalgia da infância. Menciona ainda que agora há uma nova filosofia no mundo musical, que passa por publicar uma melodia nova (EP) de 3 em 3 meses, para haver um tempo suficiente de afirmação para cada melodia nas plataformas, redes sociais, rádios e televisões. Por isso, é muito provável que daqui a três meses, os Bandalusa voltem a estrear uma nova produção musical.
Ao longo da entrevista na rádio Voz de Esmoriz foram difundidos os temas: “Bate, bate, bate”, “Se a Casa Cair”, “Eu quero bem à minha sogra” e “Xupeta” (este último, o mais recente). Destaque ainda para os ouvintes que, pela via das redes sociais, felicitaram o Grupo Bandalusa e o seu vocalista Paulo Ribeiro, sendo os mesmos oriundos dos concelhos de Ovar, Espinho, Santa Maria da Feira, Vila Nova de Gaia, Porto e Matosinhos, além de emigrantes oriundos de França, Suíça e Alemanha.

Partilhamos, em seguida, algumas das músicas do Grupo Bandalusa presentes na plataforma do Youtube