“Berço” – Poema da autoria de Manuel António Pinto Ferreira
20 de Maio, 2024
BERÇO
Ao acordar vejo o tempo
Ouço os pássaros chilrear,
Abro a janela, sinto o vento
Dá vontade de cantar.
O céu azul infinito
Dá moral, dá alegria,
Inunda todo o meu espírito
Dando ao corpo mais energia.
Mas o que mais falta me faz
E o que mais me faz sonhar,
É o que deixei para trás…
Aquele cheirinho do mar!
Tive um berço natural
Aonde me fiz embalar,
Foi no meu lindo Portugal
Naquelas ondas do mar!
Estando longe, sinto a falta
A diferença foi brutal,
Sinto o corpo que se exalta
Numa Região Campal.
Usa-se muito o cachecol
A Região é muito fria,
Raramente se vê o sol
Sinto o corpo que se arrepia!
Os muitos anos ausente
Do sol do meu país,
Trabalham na minha mente
Lembrando aquilo que fiz.
O meu País maravilhoso
Tem um clima sonhador,
Mas, tive que ser corajoso
Deixando este grande amor!
É um imenso sacrifício
Quando se deixa o País,
Na esperança do benefício
De ter vida mais feliz!
Nem tudo se pode ter
É a realidade da vida!…
Nunca me deixando abater
Longe da Pátria querida.
A saudade que me invade
Que por vezes, me faz chorar,
Provoca em mim ansiedade
De todos os anos a abraçar.
Foi a vida que escolhi
E não me sinto arrependido,
Sem esquecer onde nasci
Nem de assim, eu ter agido!
Poema da autoria de Manuel António Pinto Ferreira*
*Natural de Esmoriz e tendo emigrado para Metz – França em Abril de 1969, país onde reside, mas a saudade de Portugal é constante, daí que por vezes, as lágrimas do seu coração caem na ponta de uma esferográfica e são enxugadas numa folha de papel.
Créditos da Imagem: Página/Site da Cidade de Esmoriz