Candidatos à Assembleia Municipal de Ovar participaram em debate na RVE
3 de Setembro, 2021A Rádio Voz de Esmoriz deu início, na passada quarta-feira, a uma série de debates e entrevistas, no âmbito de uma programação especial destinada para as eleições autárquicas de 2021 que será visível ao longo do mês de Setembro. A moderação do debate pertenceu a José Carlos Macedo, director de programação da Rádio Voz de Esmoriz, tendo sido a iniciativa igualmente transmitida em directo nas redes sociais (o vídeo difundido na página d’A Voz de Esmoriz conta já com cerca de 1500 visualizações).
No debate estiveram presentes os candidatos à Assembleia Municipal de Ovar, a saber: José Fragateiro (PS), Miguel Jéri (CDU), Mário Manaia (BE), Hélder Pinho (CHEGA), Fernando Almeida (CDS-PP), Pedro Braga da Cruz (PSD) e Arnaldo Oliveira (Movimento 2030).
Adérito Ferreira, Presidente da Assembleia Geral da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz, deu as boas vindas aos convidados e deixou votos para que este fosse um bom debate.
Assim sendo, vamos resumir algumas das ideias inerentes às intervenções verificadas.
Pedro Braga da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal de Ovar e recandidato pelo PSD, salienta que o projecto conduzido até agora por Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, tem sido benéfico para o concelho, e considera que a liderança do actual executivo autárquico tem apostado com sucesso no espaço urbano, na habitação e noutras causas importantes. Acredita que Salvador Malheiro revela condições ímpares para afirmar Ovar nos patamares regionais e intermunicipais. Por outro lado, Pedro Braga da Cruz afirma que, se for eleito, continuará a favorecer-se o diálogo e serão escutadas as propostas de outros partidos na Assembleia Municipal de Ovar, sublinhando que tem sido dada voz a todas as forças políticas. Defendeu-se ainda de algumas críticas feitas por elementos da oposição, admitindo que recebeu denúncias e exposições, inclusivamente anónimas, mas que considerou não serem fundamentadas, e daí não ter dado seguimento superior às mesmas.
José Fragateiro, candidato do PS à Assembleia Municipal de Ovar, começou por demonstrar a sua disponibilidade para ouvir ideias e achegas construtivas por parte dos munícipes que pretendam incutir melhorias ao regimento e ao funcionamento da assembleia. Pugnou por uma maior participação das pessoas na vida democrática local, rematando que essa tendência fomentará uma fiscalização mais transparente. Prometeu a criação de um gabinete de apoio ao munícipe, onde qualquer cidadão pode colocar as questões que assim entender, de forma a que os deputados municipais tenham conhecimento das suas preocupações e anseios. Também pondera a realização de fóruns temáticos para que os munícipes possam participar activamente. Apelou, por fim, para a necessidade de se recolocar Ovar no mapa, de se terminar com as suspeitas sobre alguns processos e defendeu uma distribuição equitativa dos fundos de apoio às freguesias, através da implementação e observação de critérios mais justos e transparentes.
Arnaldo Oliveira, candidato pelo Movimento 2030, assumiu-se como independente e sublinhou que o partido tem o apoio do “Nós, Cidadãos!” e do Partido Popular Monárquico, considerando o envolvimento destas forças como positivo. Confessa que aceitou este novo projecto político porque, nalgumas situações, o município tem ficado na cauda do desenvolvimento na região. Considera preocupante a perda de população no concelho de Ovar e a diminuição dos indicadores de riqueza e rendimento, e que, por isso, no seu entender, é necessário dar uma volta a esta realidade e projectar uma nova visão até 2030. Definiu como os dois grandes pilares do projecto: a coesão social (não deixar ninguém para trás) e a economia local (viabilizar o seu crescimento e a sua dinâmica, gerando mais produtividade e emprego). Arnaldo Oliveira defende uma maior aproximação entre eleitos e eleitores, tornando a Assembleia Municipal num lugar mais respeitável e credível, e contrariando assim os focos de abstenção.
Mário Manaia, aposta do Bloco de Esquerda para a Assembleia Municipal de Ovar, salientou que os bloquistas apresentaram um programa rico em ideias, e frisou que a solidariedade social, o emprego e os serviços públicos foram determinantes perante as adversidades da conjuntura pandémica. Criticou o executivo municipal por ter preferido reforçar a conta de gerência em vez de apoiar de forma mais activa as pessoas e as empresas. Admite que não compreende porque é que as grandes empresas com alto poder lucrativo foram isentas da taxa de derrama. Recusa ainda o marasmo a que está votado o concelho de Ovar, e garante que o projecto do Bloco de Esquerda é alheio a clientelismos ou influências nefastas. Define a transparência como um eixo fundamental, sublinhando que é imperioso acabar com o manto de suspeição que paira sobre a autarquia. Por outro lado, assume que devem prevalecer uma política de coesão social e territorial e uma estratégia intermunicipal que torne a mobilidade acessível a todos.
Fernando Almeida, cabeça-de-lista pelo CDS-PP, recordou que o seu trabalho na Assembleia Municipal de Ovar desde 2017 tem vindo a ser reconhecido pela comunidade, frisando algumas das causas que mereceram o seu maior foco: a reabertura do serviço de urgências no Hospital de Ovar, a necessidade de mais peso político (e da união de todos os partidos locais) para pressionar o Estado a combater a erosão costeira, a importância de preservação do património, a implementação de mais apoios para o arrendamento jovem ou a requalificação da Praia do Areinho. Criticou o desleixo que existe um pouco por todo o município. Relembra que o CDS-PP só com uma voz fez a diferença na vida do município e que, se mais candidatos do partido forem eleitos, o município ficará a ganhar. Sublinha que os centristas não interpretam a política como um “cargo vitalício” mas sim como uma missão de servir o povo. Defende então uma reflexão profunda por parte de todos os cidadãos, apelando à comunidade para que venha votar!
Miguel Jéri, candidato pela CDU, reforça a coerência do seu partido que tem mantido as suas posições a nível local. Argumenta que os comunistas têm defendido permanentemente a reposição das freguesias, a revogação das portagens e direitos dignos para os trabalhadores. Cita ainda a experiência do seu partido a nível local que, ao longo de décadas, tem gerido várias autarquias no país com uma política sustentável de esquerda. Valoriza também a competência dos deputados comunistas vareiros que enriqueceram o debate na Assembleia Municipal de Ovar, priorizando uma estratégia que favorece a aposta nos organismos públicos e uma menor dependência face a serviços externos (que trazem custos), e alertando, em simultâneo, para a necessidade de atribuição de maiores apoios para as pequenas e médias empresas, comerciantes, agricultores e pescadores. Salienta que o partido tem demonstrado a humildade de ouvir as preocupações das pessoas, salvaguardando os seus direitos.
Hélder Pinho, candidato do CHEGA, considerou que Pedro Braga da Cruz, candidato pelo PSD à Assembleia Municipal de Ovar, foi algo incongruente no seu discurso ao pedir votos para Salvador Malheiro em vez de pedir para a sua própria candidatura. Hélder Pinho quer reduzir a taxa de IMI, rematando que tal poderá ajudar a combater a saída de algumas famílias para concelhos vizinhos. Pugna por menos burocracia nos licenciamentos urbanos e pela criação de uma estrutura que permita simplificar esse processo. Criticou ainda Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, e Bruno Oliveira, Presidente da União de Freguesias de Ovar, por utilizarem as suas páginas pessoais para apresentarem obras públicas e usá-las como troféus, mencionando que a Assembleia Municipal não pode permitir isso. Lamenta que a comunicação social tenha tornado o CHEGA num bicho papão, afirmando que há gente íntegra no partido e que pode ajudar Ovar a conseguir a mudança de que necessita.
Pode visualizar o debate na íntegra AQUI.