Carlos Nuno Granja celebrou 10 anos de carreira literária

O escritor ovarense Carlos Nuno Granja celebrou 10 anos de carreira literária, num evento que teve lugar, neste passado sábado à tarde, na Escola de Artes e Ofícios, em Ovar. Diante de uma plateia que praticamente lotou o espaço, o autor apresentou as trinta e duas obras que lançou entre 2012 e 2022 e recordou momentos únicos da sua experiência na qualidade de escritor. Sempre com boa disposição à mistura.

Carlos Nuno Granja, escritor vocacionado para três géneros literários (a saber: poesia, literatura infantil e prosa para adultos), agradeceu o apoio da sua família e amigos. Reconheceu que é enriquecedor estar em apresentações de livros com as crianças, interagindo com elas e fazendo com que elas aprendam com as lições da vida. Aliás, foram projectados vídeos em tela que atestam o sucesso do escritor junto do público mais novo.

Entretanto, o escritor recitou alguns poemas da sua autoria, nomeadamente “Dom Pê”, “Ainda olho o céu” ou “Última paragem”. Por outro lado, realçou o apoio do pintor Emerenciano Rodrigues, do ilustrador Paulo Salvador e do Padre Manuel Bastos que, embora já tendo falecido, seguia de perto a sua carreira.

O evento foi ainda profícuo em intervenções.

Joaquim Barbosa, ex-autarca, lembra-se do primeiro livro que Carlos Nuno Granja lançou e recordou que a Freguesia de Ovar, na altura liderada por si, abriu as portas para a apresentação do livro em 27 de Outubro de 2012, transmitindo ao escritor que depois se abririam mais portas. Elogiou a carreira de Carlos, enaltecendo que é uma honra ter estado presente em mais um momento importante da sua carreira.

O Professor Álvaro Ribeiro agradeceu o convite de ter apresentado o primeiro livro oficial de Carlos Nuno Granja, referindo que ele mereceu a boa plateia que se verificava naquela tarde de sábado, desejando-lhe os maiores sucessos porque realizou até hoje uma boa obra.

Fátima Rosas, Professora de Português de Carlos Nuno Granja no 7º ano, recorda a timidez e, em particular, o talento de Carlos Nuno Granja que já tinha começado a escrever desde os 9 anos de idade. Lembra um desafio que promoveu na turma e que estava relacionado com o caderno da turma, onde os alunos tinham de construir textos inéditos, e a verdade é que as contribuições do jovem escritor já se sobressaíam pela sua qualidade. Fátima sublinha que o escritor vareiro é um exemplo da perseverança e da teimosia (no bom sentido).

Paulo Salvador, ilustrador de obras recentes de Carlos Nuno Granja, confidenciou que é fácil trabalhar com o autor. No seu entender, é necessário fazer alguns rabiscos com inspiração e seguir as ideias que o escritor pretende transmitir. Afirmou que está quase a ser feito um quinto livro que deriva desta parceria que tem originado resultados interessantes.

O Professor José Fragateiro também tomou uso da palavra, elogiando o potencial do escritor ovarense. Confessa que admira os textos do autor e elogia também a qualidade dos desenhos. No seu entender, a obra de Carlos chega ao coração das crianças com uma linguagem simples e perceptível, e isso é fundamental!

Emerenciano Rodrigues, pintor ilustre natural de Ovar e residente no Porto, foi um dos grandes convidados presentes. Assume que gostaria de oferecer o seu espólio artístico ao concelho e povo de Ovar, visto que tem muitas pinturas guardadas no seu atelier e preocupa-se com o destino que estas possam ter no futuro. Em relação a Carlos Nuno Granja, demonstra uma grande amizade e admiração, oferecendo, mesmo como uma prenda, um retrato do escritor ao próprio que ficou naturalmente comovido com a oferta.

No final do evento, rico em partilha de poesia, experiências culturais e de vida, e múltiplas impressões, Carlos Nuno Granja autografou vários dos livros que foram adquiridos pelo público presente.

Recorde-se que Carlos Nuno Granja escreveu mais de 30 obras ao longo de uma década de escrita publicada, sendo que podemos citar os seguintes: “Sentimentos in Versos” (2012), “A Força Motriz da minha pena em Flor” (2012), “Poemas de Prateleira em Fotografias de Máquina Ligeira” (2013), “Estudos de Alma e Conclusões” (2013), “O Fato e a Gravata” (2013), “A Zanga das Letras Comadres” (2013), “Rimas numa folha de alface” (2013), “Poesia Objectiva” (2013), “O Cágado Sonhador que queria ser aviador” (2014), “Chegaste primeiro” (2014), “O Rei Belarmino não é tenor” (2014), “Rima, Rimão, Rimonada” (2014), “O Doutor Grilo” (2015), “Rádio Pirata” (2016), “A Raposinha Matreira tornou-se cantadeira” (2016), “História engraçada de uma biblioteca abandonada” (2018), “Também há abutres a planar no Paraíso” (2018), “A Trompa Dourada do Elefante Gigante” (2018), “Haicais que tais para miúdos e graúdos” (2020), “Os Resquícios de um Meteorito no Hemisfério Invertido” (2021), “Conheces bicho mais janota que a simpática marmota” (2022), Poemas de Areia para Ler na Maré Cheia (2022), Poesia Reunida (2012-2022), etc.

Participou ainda em várias tertúlias poéticas como moderador e declamador. É ainda programador do Festival Literário de Ovar. Carlos Nuno Granja é uma referência cultural incontornável, não só do concelho de Ovar, mas também de toda uma região envolvente que se deixa cativar pela sua aprazível escrita.