Cartéis poderiam utilizar portos para introduzir cocaína na Europa

De acordo com a grande reportagem do Jornal de Notícias deste Domingo (da autoria de Roberto Moreira), “os maiores portos europeus estão infiltrados por cartéis de tráfico de droga e Portugal não é excepção”.

A suspeita recai sobre estivadores alegadamente corruptíveis ou funcionários desonestos com informação privilegiada que têm acesso a contentores e que, de forma negligente ou corrompida, permitem a entrada de milhares de toneladas de cocaína na Europa.

Segundo o mesmo órgão de comunicação social, “cidades portuárias como Antuérpia, na Bélgica, Roterdão, nos Países Baixos, e Hamburgo, na Alemanha, estão reféns da violência provocada pela guerra entre traficantes”. A Europol considera mesmo que “a infiltração do crime organizado nos portos é a maior ameaça à economia legítima e à segurança da União Europeia”.

Os portos secundários da Europa não estão sequer a salvo deste fenómeno. Aliás, os portos de Leixões, Sines e Setúbal estão na mira destes grupos e suspeita-se que sejam igualmente usados como porta de entrada de droga. As fontes policiais, contactadas pelo Jornal de Notícias, admitem “situações pontuais de fenómenos corruptivos”, mas asseguram que uma intensa colaboração entre diferentes entidades, investimentos avultados na vigilância e uma atenção permanente a estes locais têm impedido que as “máfias controlem os portos portugueses”. Negam ainda que Portugal seja palco das guerras entre cartéis para o domínio dos portos.

Créditos da Imagem: Euronews (Notícia – “Cerca de 110 toneladas de cocaína apreendidas no porto de Antuérpia em 2022”)