Centro de Assistência Social de Esmoriz tenta encontrar um caminho sustentável

10 de Janeiro, 2025 0 Por A Voz de Esmoriz

Realizou-se nesta passada quinta-feira, a Assembleia Geral Extraordinária do Centro de Assistência Social de Esmoriz, na sede da IPSS, na rua Florbela Espanca. Os trabalhos foram conduzidos pela presidente da Assembleia Geral Fátima Ramalho.

O presidente da Direcção (actualmente demissionária) do Centro de Assistência Social de Esmoriz, César Silva, começou por explicar o contexto financeiro atribulado da associação que, apesar de ter diminuído a dívida nos últimos anos, ainda tem dívidas relevantes ao banco e a funcionários, as quais somadas, superam a fasquia dos cem mil euros. César Silva esclareceu que urge a Associação resolver a liquidez de forma estruturada através da alteração das valências prestadas. César Silva lamentou ainda a intransigência da Segurança Social que, apesar das reuniões e dos contactos estabelecidos, nunca facilitou na possibilidade de licenciamento das instalações do CASE, para albergar a recolocação dos idosos do Centro de Dia. Salienta que mantêm ainda uma ténue esperança de que a Junta de Freguesia de Esmoriz possa alcançar um espaço alternativo na cidade para acolher o Centro de Dia, contudo reconhecem que esse não será um processo fácil. No entender do executivo da IPSS, ainda em funções de gestão, e apesar de reconhecerem que ninguém quer vender património da instituição, concluíram que esta é a única saída para pagarem a dívida corrente à banca e aos recursos humanos, além de reabilitarem o atual centro de infância para adaptar a mais oferta de creche, bem como avançar para um novo projecto de Centro de Dia que pode nascer agora junto à sede. A substituição do pré-escolar por creche é a alternativa financeira para a viabilidade do CASE, em linha com as atuais necessidades da sociedade e estruturas de financiamento público. Ou seja, no seu prisma de observação, o futuro passará obrigatoriamente por uma redefinição das valências, a fim do Centro de Assistência Social de Esmoriz poder sobreviver no futuro.

No entanto, esta posição não foi consensual. Na hora da votação da alienação dos prédios/terrenos na Rua das Barrosas, por valor não inferior a 800 mil euros, registaram-se 12 votos a favor, 3 abstenções e 4 votos contra.

Alguns dos sócios discordaram desta opção de venda do património, alegando que poderiam ser tentadas outras alternativas que poderiam passar por campanhas de angariação de novos sócios e donativos, novas parcerias com IPSS’s e até a elaboração de orçamentos rigorosos para evitar prejuízos.

No entanto, César Silva refere que a sua equipa, que já está à frente do Centro de Assistência Social de Esmoriz há cinco anos, atingiu o seu limite, tendo tentado de tudo, reiterando que a adesão da comunidade não tem acontecido e referindo que já não consegue “emagrecer” mais o orçamento que já é rigoroso.

O Centro de Dia para os idosos vai funcionar enquanto for possível, dependendo a sua continuidade da evolução registada nos próximos meses e da solução viável de um novo espaço de acolhimento que possa ser eventualmente indicado pela Junta de Freguesia de Esmoriz, embora esse cenário seja para já improvável.

Para já, ficou sem qualquer efeito a dissolução da associação. No entanto, o actual executivo demissionário quer ainda dar o seu lugar a outras equipas de gestão, embora defenda uma transição calma e controlada.


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