Deputada Carla Madureira acusa governo de deixar defesa da costa contra a erosão fora do plano de resiliência
14 de Maio, 2021A deputada do PSD Carla Madureira defendeu esta terça-feira que a ausência da defesa da costa contra a erosão é uma das lacunas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Intervindo numa audição ao ministro do Ambiente, a parlamentar social democrata referiu-se aos dados alarmantes verificados nos 13 quilómetros de costa do concelho de Ovar.
“Uma lacuna especialmente grave do PRR é a ausência de investimentos ao nível da proteção do litoral e do combate à erosão costeira” – vincou Carla Madureira na audição ao governante, enfatizando que é no litoral que se concentra a maior parte da população e das atividades económicas.
Carla Madureira recordou o ministro de que nos últimos meses “o mar andou a passear na marginal da praia do Furadouro, uma das zonas mais críticas do litoral centro”, referindo que “nos 13 quilómetros que se estendem entre Cortegaça e o Torrão do Lameiro, o recuo médio anual da linha de costa foi de cerca de três metros, mas, em Maceda, o mar engoliu quase 30 metros de areal”.
Sublinhando que “a erosão e o recuo da linha de costa é especialmente preocupante na região Centro, com várias comunidades ameaçadas por galgamentos oceânicos, em período de maior agitação marítima”, a deputada aveirense lamentou que não haja “um referencial de financiamento futuro para a política de litoral e correspondentes intervenções em proteção contra a erosão costeira”.
A parlamentar do PSD quis saber do ministro que ações concretas estão previstas para a proteção deste troço especialmente vulnerável, para além do que já foi financiado pelo POSEUR, que perspetivas financeiras existem para o futuro Quadro Financeiro Plurianual e como será financiada a política de proteção do litoral até 2030.
A outro nível, Carla Madureira questionou o governante sobre quem vai gerir as intervenções de proteção costeira para além da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com a extinção dos Polis Litoral, “que, pelos vistos, continuam a funcionar ad eternum”.