
Emídio Sousa defende maior coesão na Área Metropolitana do Porto
3 de Novembro, 2023O presidente da Comissão Política Distrital do PSD defendeu esta quinta-feira uma maior coesão no seio da Área Metropolitana do Porto (AMP), explicando assim a sua votação na proposta de distribuição de fundos. Em entrevista ao Porto Canal, Emídio Sousa disse entender que a periferia “está tão ou mais empenhada” como a zona mais central.
“Sempre que numa votação se invoca o peso ou a dimensão como fator decisivo, penso que está a dar-se uma facada no espírito metropolitano e isso não deve acontecer” – vincou, na ocasião, Emídio Sousa, acrescentando que esse espírito “tem de partir dos maiores”. O dirigente deu o exemplo de Santa Maria da Feira, município do qual é presidente – que é o “terceiro ou quarto maior da AMP, em termos de população, porque em área é o segundo maior e em termos de indústria, provavelmente é o maior” – para recordar que “seria muito mais fácil” juntar-se “aos maiores e ignorar os mais periféricos”.
Emídio Sousa admitiu ter havido “algumas crispações” no seio da AMP, defendendo que “as decisões devem tender para a unanimidade”, o que, na sua opinião, “passa por desenvolvermos, de facto, um verdadeiro espírito metropolitano”. O líder da distrital aveirense recordou fazer parte da AMP há alguns anos, “ainda o presidente era o doutor Rui Rio”, para vincar que “as decisões eram tomadas por consenso, havia um certo espírito de coesão, em que os mais centrais, os mais ricos, os que tinham mais receita, prescindam de algumas verbas a favor das periferias”.
“Foi isso que disse quando votei contra a distribuição dos fundos, porque assistimos a uma discussão de tostões, quando tínhamos o exemplo notável Área Metropolitana de Lisboa, que tinha definido critérios que beneficiavam ligeiramente a periferia” – revelou Emídio Sousa, defendendo uma preparação para o futuro, no sentido de ser encontrada “uma fórmula que evite esta discussão, porque cria fissuras e estraga o espírito metropolitano”.
Sustentando que, no exercício das funções de presidente de câmara, “a questão partidária desaparece”, o líder da Distrital do PSD disse distinguir “dois tipos de fundos, os que se dirigem mais a pessoas e os que se dirigem a infraestruturas”, para preconizar que “se conseguíssemos criar um conjunto de normas que distinguisse a distribuição dos fundos em função das matérias para as quais são destinados, nunca haveria problemas”.
Emídio Sousa enfatizou que “uma área metropolitana como a do Porto, no contexto europeu, é pequena”, e, respondendo a questão sobre o futuro da AMP, atirou: “é prematuro e seria, até, pouco ético, definir municípios de primeira e de segunda. Se estes [municípios] estão cá, são estes que contam e se um dia for discutido o modelo das áreas metropolitanas, estarei disponível. Provavelmente, poderá haverá municípios que queiram entrar. Quem nos diz que de Aveiro a Braga não deveria ser uma única área metropolitana? Esta é a grande região empresarial produtora de bens transacionáveis”.
Aveiro, 3 de novembro de 2023
Comunicado do PSD Aveiro