Escândalos de Corrupção assombram o país nas vésperas das eleições legislativas

28 de Janeiro, 2024 0 Por A Voz de Esmoriz

Se o Governo de António Costa caiu devido à demissão apresentada pelo próprio primeiro-ministro quando viu o seu nome associado ao processo relacionado com a investigação aos negócios do lítio e hidrogénio, a verdade é que mais dois casos graves de corrupção estão a flagelar o país.

Miguel Albuquerque, o qual acabou de renunciar à liderança do Governo Regional da Madeira, está indiciado pelos crimes de corrupção, tráfico de influências, abuso de poder e atentado contra o estado de direito. Também o seu braço-direito Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, é arguido. O Ministério Público acredita na tese de que ambos terão alegadamente favorecido o Grupo AFA que terá recebido várias obras em concursos que não terão sido transparentes. Em causa está ainda a venda de uma quinta do presidente do governo regional a um fundo imobiliário com sede em Lisboa, por 3,5 milhões de euros, em 2017. Sabe-se agora que Miguel Albuquerque terá sido pressionado pela direcção nacional política do PSD a renunciar ao cargo, tendo já tomado a decisão de sair.

Por outro lado, a “Operação Marquês” sofreu um volte face, com as três juízas do Tribunal da Relação de Lisboa a arrasarem a decisão do juiz de instrução Ivo Rosa. No entender das magistradas, há evidências mais que suficientes para que o antigo primeiro ministro, José Sócrates, eleito pelo Partido Socialista, seja julgado por 22 crimes: 3 de corrupção passiva, 13 de branqueamento de capitais e 6 de fraude fiscal. Também muitos dos outros arguidos acabaram por ver as suas acusações aumentadas. O antigo primeiro-ministro admite recorrer a tribunais superiores.

Nem o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escapa ao escrutínio público. A história de uma suposta “cunha”, com a suspeita a recair no seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, que poderá ter ajudado duas crianças gémeas brasileiras, com atrofia muscular espinhal, a serem tratadas com um medicamento, de custo milionário, em Portugal, tem vindo a ser noticiada por alguns órgãos de comunicação social nacionais, embora não tenha ocorrido ainda qualquer acusação formal. Falta, por isso, saber se a investigação tem pernas para andar.

Em jeito de resumo, a justiça parece estar a funcionar, embora seja muito cedo para retirar ilações. No entanto, por outro lado, parece não terminar a sangria de casos suspeitos a envolver a classe política. Será que isso poderá contribuir para que as pessoas se afastem das urnas de voto? As eleições legislativas decorrem no próximo dia 10 de Março com muitas incertezas à vista.

Créditos da Imagem: Jornal Expresso