Esmoriz em debate no final da Primeira Temporada dos “Passos do Concelho”
30 de Julho, 2021A rubrica “Passos do Concelho” da Rádio Voz de Esmoriz conduzida por José Carlos Macedo, coadjuvado pela equipa de reportagem também constituída por Félix Gomes e João Cruz, chegou ao final da primeira temporada. O tema derradeiro desta edição inicial incidiu sobre o estado da cidade de Esmoriz, momento que fez juntar representantes de forças políticas com assento municipal, em pleno auditório do Centro Cívico de Cortegaça.
Dentro deste contexto, estiveram presentes: Aurélio da Silva Gomes (CDS-PP), Emanuel Bandeira (PSD), Eduardo Ferreira (Bloco de Esquerda), José Carlos Reis (CDU) e Alzira Santos (PS).
Eduardo Ferreira, deputado na Assembleia Municipal pelo Bloco de Esquerda de Ovar, foi o primeiro a fazer uso da palavra, relembrando que Esmoriz está a crescer em termos de população, mas que Gondesende está a sofrer a tendência contrária, frisando que esta zona da freguesia não pode ser esquecida. Relembra que a localidade tem áreas cada vez mais envelhecidas como o Campo Grande ou a Estrada Nova, e sublinha que os resultados dos censos relativamente a Esmoriz não são assim tão cativantes como se julga. O bloquista defende uma nova política de transporte públicos, exige uma maior descentralização das actividades culturais e menciona que há falta de uma centralidade urbana em Esmoriz, constatando que há várias assimetrias. Reconhece que a Junta de Freguesia de Esmoriz não tem orçamentos suficientes para fazer grandes obras (embora deva fazer pressão), e que o executivo municipal de Ovar, com maior poderio financeiro, deveria fazer um levantamento de necessidades da comunidade e intervir sempre que necessário.
Emanuel Bandeira, representante do PSD, frisa que existem assimetrias ou desigualdades em qualquer cidade ou município, e que os executivos da Junta de Freguesia de Esmoriz e da Câmara Municipal de Ovar não investiram, apenas na zona da Praia, mas também na parte de cima da cidade. Reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer e que é sempre possível fazer-se mais, e exemplifica com a necessidade de se intervir na EN 109, cuja responsabilidade de requalificação pertence ao Governo. Emanuel Bandeira defende que a implementação de um planeamento urbano é um desafio ambicioso para o futuro da cidade. Além disso, realça o papel inexcedível das colectividades na vertente cultural, e sublinha que houve uma aposta maior nessa área nos últimos anos através da realização do Festival Tan Tan Tann e do Arraial da Barrinha, bem como de outras iniciativas. Refuta a ideia de que a cidade está abandonada, e que, em oito anos, muito foi feito pelo executivos da Junta e Autarquia. Lembra obras importantes, como por exemplo na Barrinha de Esmoriz, que nunca tinham acontecido antes de 2013.
Aurélio da Silva Gomes, candidato do CDS-PP à Junta de Freguesia de Esmoriz, começou por referir que se a cidade cresceu nos últimos anos, muito o deve ao espírito empreendedor de empresários e construtores esmorizenses que fizeram surgir mais habitações na freguesia. No seu entender, a cidade pode ainda crescer muito mais, se for devidamente potenciada, criando melhores condições de vida para as pessoas. Aurélio queixa-se da falta de manutenção nos passeios da cidade, lamentando a vegetação e os buracos que ali proliferam. Exemplifica com a situação preocupante da Rua de Matosinhos. Critica o actual executivo por fazer intervenções urbanas (nomeadamente estradas, ruas e passeios) que não foram propriamente bem conseguidas e que são pouco duradouras em termos de eficácia futura. Voltou a tocar no estado do Palacete dos Castanheiros que considera ser vergonhoso, visto que existem várias infiltrações que visam a própria biblioteca.
José Carlos Reis, candidato da CDU à Junta de Freguesia de Esmoriz, considera que Esmoriz não pode continuar a ser visto como um “dormitório” e que poderia evoluir em vários aspectos, ao nível das infraestruturas para habitação, sendo que aqui propõe a criação de um protocolo especial para resolver a questão problemática das casas devolutas. Defende que deve haver uma maior oferta ao nível da rede de transportes públicos, criando-se assim ligações com os concelhos vizinhos. Por outro lado, não concorda com a linha seguida pelo painel em dividir Esmoriz em “duas cidades”: a zona alta e baixa da urbe, mas que o essencial a reter é que a cidade, no seu todo, deve ser intervencionada do ponto de vista urbano. Relembra que são necessárias maiores acções de manutenção nos passadiços da Barrinha (e remoção de lamas nas margens), apoios reforçados às colectividades e um diálogo mais assíduo com a Unidade de Saúde Familiar da Barrinha para um melhor funcionamento desta. Remata que a Junta de Freguesia de Esmoriz não pode fazer tudo, mas tem de ser mais reivindicativa.
Alzira Santos, representante do PS no debate em questão, referiu que Esmoriz não tem propriamente um centro organizado e recorda que foi assinado recentemente um protocolo denominado “1º Direito” totalizado em 22 milhões de euros entre o Governo e a Autarquia, sendo que este programa pode ser fundamental para criar uma nova centralidade na cidade de Esmoriz e viabilizar a recuperação de moradias devolutas. Frisa que na zona alta da cidade há muitas carências por resolver, exemplificando com o estado degradante e amorfo do Palacete dos Castanheiros e do Pavilhão das Colectividades. Em relação ao Esmoriztur e à Escola Secundária de Esmoriz, lamenta a indefinição e passividade em torno de ambos dossiers. Alega que Esmoriz precisa de um Posto de Turismo fixo ou para o ano inteiro, critica o executivo camarário por não resolver de forma definitiva as cheias na Rotunda dos Pescadores (considera que o buraco a céu aberto para o escoamento é um resvés para a saúde pública) e refere que a Junta de Freguesia de Esmoriz tem um problema de carência de funcionários para fazer a limpeza/manutenção das ruas.
Estes são apenas excertos das intervenções realizadas pelos participantes. Poderá visualizar, na íntegra, a transmissão na página online das Redes Sociais d’A Voz de Esmoriz.