Esmoriz, o balanço possível de 2020

O ano de 2020 está prestes a fechar as cortinas, após uma peça dramática que percorreu 366 dias. Não é um ano que vai ficar nas boas memórias da história local, nacional e mundial. A pandemia da COVID-19 condicionou tudo e todos, causando para já mais de um milhão e meio de mortes no mundo inteiro e a insolvência de várias empresas à escala planetária.

Em Esmoriz, o impacto também se fez sentir, embora numa proporção bastante inferior. Apesar de um agravamento resultante do segundo surto, a verdade é que o número total de casos activos na cidade raramente excedeu a ordem das dezenas, o que permitiu um controlo próximo dos acontecimentos. Não obstante, foi um ano terrífico para vários cafés, restaurantes e outras casas/lojas de rua que perderam grande parte da sua receita habitual. Houve alguns negócios que tiveram de encerrar, e inevitavelmente, surgiram despedimentos. No entanto, no capítulo da responsabilidade social e na contenção da pandemia, os esmorizenses deram um grande exemplo. Isso verificou-se desde os tempos da Cerca Sanitária, passando pelo Verão e até nos dias de hoje. Podemos dizer que Esmoriz foi, de certa forma, uma “terra inóspita” para a pandemia, neste ano de 2020.

Não obstante, e no âmbito de toda esta conjuntura, 2020 foi um ano de pouca obra em Esmoriz. Já se previa algum desinvestimento autárquico, contudo a interrupção abrupta nas obras de requalificação do Esmoriztur (edifício cultural encerrado já há mais de dez anos) tornariam este ano praticamente num deserto. Também não há ainda uma data para o início da reabilitação da Escola Secundária de Esmoriz, embora aqui a responsabilidade seja do Governo. As infiltrações recorrentes no Palacete dos Castanheiros também suscitam preocupação.

Ainda assim, houve alguns arruamentos reabilitados na cidade e finalmente, devolveu-se alguma dignidade à estação ferroviária de Esmoriz, mérito aqui da Infraestruturas de Portugal pelas obras no parque de estacionamento e ainda da Mariana e do André que instalaram uma guest house, no piso superior do edifício da estação.

2020 nunca seria “terreno fértil” para grandes obras, mas a Junta de Freguesia de Esmoriz e a Câmara Municipal de Ovar souberam, ao menos, apostar na vertente social e humanitária, criando mecanismos para combater a pandemia da COVID-19. Nisso, estiveram bem, e talvez era isso que se pedia neste ano invulgar, mas a verdade é que, vencida esta pandemia (esperemos que 2021 seja o ano do triunfo), as obras e os investimentos têm de regressar à nossa cidade que não pode ver o seu crescimento interrompido. Existem ainda muitos desafios pela frente, e a estagnação não pode ser resposta – Esmoriz tem que prosperar e se tornar numa urbe ainda mais atractiva para que seja um ponto de paragem quase obrigatório para o cidadão comum ou para o turista que circule pelo Distrito de Aveiro.

Por fim, enviamos os votos sinceros de boas festas a todos os assinantes, anunciantes e leitores do nosso jornal. Que desfrutem de um Natal feliz juntamente com as suas famílias e de um Ano Novo de 2021 que lhes proporcionem mais alegrias.

Créditos da Imagem: Carlos Alves