“Estamos todos ansiosos por voltar e desejosos de subir ao palco” – João Gomes & Grupo de Teatro Renascer

João Gomes é Presidente do Grupo de Teatro Renascer, entidade fundada em 1992 e que tem alcançado um crescimento cultural muito relevante durante os últimos tempos. Procuramos saber qual é a realidade actual e quais os desafios futuros da colectividade, sem ignorar a actual conjuntura pandémica.

1- Olá João. Como tem sido o impacto da pandemia da COVID-19 no que concerne à vossa atividade cultural? Tiveram espetáculos cancelados ou reagendados?

R: Antes de mais, agradecer à Voz de Esmoriz pelo amável convite. Respondendo então à primeira questão: Tivemos alguns espetáculos cancelados, mas grande parte deles foram reagendados. A Pandemia afetou o Renascer da mesma maneira que afetou todas as outras instituições e organizações culturais.

2- Já estão com saudades dos palcos? Sente alguma frustração por parte de elementos da vossa equipa terem sido privados de poderem fazer aquilo que mais gostam?

R: Estamos com imensas saudades do palco. Frustração não descreve corretamente os sentimentos dos elementos do Grupo de Teatro Renascer. Diria antes Ansiedade. Estamos todos ansiosos por voltar e desejosos de subir ao palco.


3- Quando esperam regressar definitivamente à ação?

R: Vamos regressar já no próximo dia 30 de Abril, com a atuação dos nossos amigos e irmãos do Grupo CONTACTO de Ovar, com a comédia “O Urso”! Os lugares serão limitados e iremos impor todas as regras de segurança para que o único bicho que entre, seja só mesmo o Urso! O Auditório Teatro Renascer espera por vós 😊


4- Será possível realizar o Festival de Teatro de Esmoriz neste ano de 2021?

R: É impossível prever o futuro. Estamos no entanto a trabalhar nesse sentido. Já temos madrinha/padrinho, vários grupos confirmados e o cartaz está praticamente fechado.

5- A Rapunzel foi uma das principais apostas do Renascer nos últimos anos. Vamos continuar a vê-la a brilhar pelos quatro cantos do país no decurso dos próximos tempos?

R: Do país e arredores. Confirmadas já temos as atuações de 10 de Junho, no Europarque em Santa Maria da Feira, e 20 de Junho, com duas sessões no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria. Iremos, pela primeira vez na história do Grupo de Teatro Renascer, atuar no Centro de Arte de Ovar. A data será anunciada brevemente. 

6- Foi-nos relatado que a peça apresenta agora algumas modificações no elenco e na encenação. O que os espectadores podem esperar da nova versão da “Rapunzel”?

R: Sim. Um dos principais desafios da arte teatral é a melhoria contínua, e com as alterações que fizemos sentimos que houve uma gigante evolução positiva desde a última apresentação em Braga (já lá vai mais de um ano). Os espectadores podem esperar agora ainda mais qualidade e um show muito mais completo.

7- Existem novas peças e projetos teatrais que estão a ser ensaiados para se estrearem nos próximos anos?

R: Podemos já anunciar a estreia de uma nova produção: “Trincheira Central” – um drama baseado no filme Bósnio “A Terra de Ninguém”, que relata os jogos de poder que originam guerras e conflitos e apresenta a história de três soldados que acabam por ter de negociar a própria vida. A estreia está marcada já para o dia 21 maio, caso o desconfinamento nos permita. Temos ainda mais duas produções que serão anunciadas brevemente.


8- E como está a correr o projeto da “Escolinha do Renascer”? Tem havido também uma parceria com as escolas da cidade e do concelho, procurando cativar o gosto dos alunos pelo teatro?

R: Sim, a Escolinha do Renascer sempre funcionou em pleno. Durante o confinamento, bem como a escola normal, os ensaios foram feitos online. A nossa abordagem à Escolinha está agora mais rigorosa, porque acreditamos seriamente que as crianças são o futuro do Grupo. Pretendemos que daqui a uns anos, as crianças saiam da Escolinha para o Grupo Principal com noções que até alguns profissionais não têm. Quanto às colaborações com as Escolas do Concelho: este ano, devido às restrições, foi totalmente impossível manter as parcerias acordadas em 2019, no entanto, temos esperança de que ainda este ano possamos voltar a abrir turmas de formação teatral, não só no Agrupamento de Escolas de Esmoriz – Ovar Norte, mas também noutras instituições de ensino do Concelho de Ovar.

9- O Grupo de Teatro Renascer tem estado presente em finais do CONTE (Concurso Nacional de Teatro) organizado pela Federação Portuguesa de Teatro. É um objetivo que pretendem continuar a almejar, de forma a lutar pelos prémios?

R: Não vamos lá pelos prémios. O objetivo do Grupo de Teatro Renascer no CONTE será sempre a divulgação das nossas criações. Não vamos, no entanto, ser hipócritas: os prémios são sempre importantes e conscientes de que são consequência de um resultado apresentado. Desta forma, as nossas produções serão sempre potenciais candidatas ao CONTE, bem como a outras competições nacionais e internacionais, já que apostamos imenso na qualidade.


10- No próximo ano, o Grupo de Teatro Renascer celebra 30 anos de existência. Estão a pensar apresentar um megafestival, caso a pandemia esteja já praticamente debelada nessa altura?

R: Vamos ser 100% honestos: ainda não pensamos em nada. O nosso foco neste momento está no regresso aos palcos. Mas se o nosso (da cidade) Esmoriztur já estiver pronto, aí sim, podem esperar por festa o ano todo!

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