Festival Literário de Ovar percorre o concelho até domingo

Entre os dias 18 e 22 de Setembro (quarta-feira e domingo), decorre o X Festival Literário de Ovar que, nesta edição, se inspira nos caminhos da liberdade e no legado das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos (25 de Abril de 1974), sem esquecer que se assinalam igualmente 500 anos do nascimento do lendário escritor português Luís Vaz de Camões, autor da mítica epopeia “Os Lusíadas”.

No passado dia 18 de Setembro (quarta-feira), o Festival Literário abriu as cortinas. No Centro de Arte de Ovar, estiveram presentes nomes sonantes da cultura portuguesa, nomeadamente António Manuel Ribeiro, músico e cantor da banda UHF, e Manuel de Queiroz, arquitecto e escritor. A moderação pertenceu a Bruno Henriques, rosto da iniciativa humorística “Jovem Conservador de Direita” e também um apaixonado pela literatura. Ali se debateram, de forma suave e criativa, os diversos prismas sobre a produção escrita e a cultura portuguesa. Foi valorizada igualmente a liberdade – aliás, o mote desta iniciativa incidiu sobre a célebre afirmação do filósofo português Agostinho da Silva que chegou a mencionar que “a liberdade só existe quando todos os nossos actos concordam com todo o nosso pensamento.” A arte e a magia das palavras são, inequivocamente, o corolário da inspiração humana, e a liberdade é o condimento que as potencia além-fronteiras.

Este mega-evento cultural tem vindo a incluir diversas iniciativas, nomeadamente mesas literárias, apresentações de livros, sessões de autógrafos, oficinas, concertos, peças de teatro, etc.

Podemos destacar, por exemplo, a sessão de poesia com Aurelino Costa, Zetho Cunha Gonçalves e Aurora Gaia, oficinas e sessões de contos para os mais novos, e também as apresentações de livros de Eduardo Sá, de Luísa Sobral e outros escritores. Está ainda previsto o lançamento do concurso literário e de ilustração Júlio Dinis.

Na organização, temos a Câmara Municipal de Ovar que conta com a plena dedicação e curadoria do escritor e professor ovarense Carlos Nuno Granja. Em entrevista ao Jornal Público, o poeta e prosador, que já conta com mais de 30 livros publicados, refere que o objectivo passa por “projectar Ovar para o território nacional e entrar no circuito dos encontros literários do país”, recordando ainda que “depois da pandemia, o festival reestruturou-se e acabou por alcançar maior dimensão”. Reforçou a ideia de que a programação é inclusiva, abrangendo todas as faixas etárias.

Por seu turno, Domingos Silva, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, também prestou declarações ao Jornal Público, reiterando que o “Festival Literário de Ovar é um evento que dá notoriedade ao concelho, transformando-o num palco de partilha e criatividade, num contexto cultural único e distintivo que cada vez mais leitores e escritores procuram.”

As actividades têm decorrido em diversos locais, nomeadamente na Biblioteca Municipal de Ovar, Centro de Arte, Escola de Artes e Ofícios, Museu Júlio Dinis, Parque Urbano, Jardim dos Campos e Parque Ambiental do Buçaquinho, registando-se uma adesão interessante a várias destas dinâmicas.

É um sinal claro e positivo de que os portugueses ainda lêem livros e que se interessam pela produção literária, seja nas variantes de prosa ou de poesia.

Créditos da Imagem: Página do Ovar Cultura no Facebook