Ismael Varanda (BE) – “Sinto que concelho de Ovar definha, perde valências, está ao abandono”

27 de Julho, 2021 1 Por A Voz de Esmoriz

Natural de Ovar, Ismael Varanda, de 64 anos, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Ovar, é arquitecto e, no seu currículo, devemos destacar o facto de já ter integrado a Direcção do Museu de Ovar, envolvendo-se no apoio e divulgação dos movimentos artísticos e participando em conferências e fóruns de discussão e pensamento. Foi igualmente eleito, nas eleições autárquicas de 2013, assumindo a função de deputado da Assembleia da União de Freguesias de Ovar, S. João, Arada e S. Vicente de Pereira pelo Bloco de Esquerda. Tem ainda participado activamente em movimentos pela protecção da natureza, pela sustentabilidade, e no combate à corrupção e por uma postura exemplar na política.

No Manifesto de apresentação da referida candidatura municipal (divulgado em Julho, no âmbito da oficialização da candidatura), os bloquistas reconhecem o impacto terrível da conjuntura pandémica e prometem reforçar imediatamente os apoios a famílias e empresas, de forma a garantir a solidariedade que é necessária neste momento. Além disso, os candidatos criticam o facto de o concelho vareiro estar votado ao marasmo e que é fundamental implementar uma visão estratégica ambiciosa. A coesão social e territorial dentro do município é outro objectivo delineado. Dentro deste contexto, o projecto liderado por Ismael Varanda prevê assentar no cumprimento destes 6 eixos de intervenção: responder à crise social e económica criada pela pandemia, melhorar os serviços públicos e de saúde no SNS local, combater as alterações climáticas, garantir o direito à habitação, zelar pela democracia, transparência e combater a corrupção, diminuir as desigualdades sociais e conferir igualdade plena a todos os cidadãos, não deixando ninguém para trás.

Ismael Varanda esteve igualmente em entrevista ao Jornal “Praça Pública”, onde começou por referir as motivações que o levaram a assumir esta candidatura, realçando que gosta de exercer a cidadania e de participar activamente no debate político com os seus ideais. Relativamente ao estado do concelho de Ovar, o candidato do Bloco de Esquerda sente que o concelho e o seu património estão ao abandono e que não há uma estratégia clara para o seu futuro. Além de tudo isso, Ismael insiste na ideia de que o executivo municipal esqueceu-se de apoiar o comércio, as pequenas indústrias e as famílias, durante a actual conjuntura pandémica, exigindo assim para esse efeito a implementação de mais medidas solidárias. No seu entender, a primeira cerca sanitária instaurada no concelho fez sentido, contudo não concordou com a segunda que entende que foi prejudicial, quando se deveria ter antes recorrido a testes, máscaras e sensibilização.

O candidato bloquista tece ainda críticas à postura do PSD na Assembleia Municipal de Ovar, alegando que os seus membros chumbam muitas das propostas provenientes de outras forças políticas e que, mesmo aquelas que são aprovadas, acabam por ficar na gaveta.

No plano económico, Ismael Varanda frisa que o município perdeu consideravelmente em “termos de atractividade do investimento”, argumentando que não existe qualquer plano de fomento de emprego e dinamização empresarial ou de criação de novas zonas industriais.

O tema da habitação social gera também preocupações por parte do responsável bloquista, e promete combater as desigualdades sociais, caso tenha poder para fazer a diferença.

Nos transportes públicos, lamenta que exista pouca oferta no concelho vareiro e que a mesma não atende sequer às necessidades internas de interligação com os concelhos vizinhos, exemplificando que há pessoas obrigadas a recorrer a meios de transporte mais caros e poluentes de forma a poderem deslocar-se.

Na vertente da Saúde, refere que é essencial ” colocar todos os centros de Saúde a funcionar, toda a população ter médico de família, reabrir as Urgências Primárias no Hospital de Ovar, e a construção do Bloco Operatório”.

Por fim, está igualmente preocupado com o avanço do mar, e refere que este está cada vez mais próximo da lixeira de Maceda, cenário que poderá provocar um desastre ambiental se nada for feito até então.


Nota: Algumas das intervenções citadas foram extraídas da entrevista concedida por Ismael Varanda ao Jornal “Praça Pública”.