Kremlin com mão pesada para jornalismo que comprometa reputação da armada russa
5 de Março, 2022Nunca foi fácil ser-se jornalista na Rússia, tendo em conta a intimidação recorrente durante as últimas décadas. No entanto, e como o país se encontra a travar um conflito na Ucrânia, o Kremlin quer ainda filtrar mais a informação que é disponibilizada aos seus imensos cidadãos.
Uma nova lei foi publicada urgentemente de forma a impor penalizações severas para os órgãos de comunicação social que difundam “alegadas mentiras” sobre a guerra, isto claro, na interpretação de Moscovo. As penas podem variar desde multas pesadas até a penas de prisão que podem chegar aos 15 anos.
Como resultado, alguns jornais e rádios russos e estrangeiros tiveram que suspender os seus ofícios, temendo represálias. Dentro deste contexto, meios de comunicação social considerados como independentes como a Rádio Eco de Moscovo e a TV Rain tiveram que suspender as suas emissões. Também a Novaya Gazeta (gerida por Dmitry Muratov que venceu o Prémio Nobel da Paz em 2021 pelo seu jornalismo de coragem e isenção) tem sido pressionada pelo regime russo para remover notícias que envolvam as acções das forças russas na Ucrânia. Termos como “guerra”, “agressão” ou “invasão” não podem ser usados nas reportagens sob pena de censura e penalização.
Também canais televisivos estrangeiros como a BBC (Reino Unido) e a RAI (Itália) suspenderam as suas emissões na Rússia para assim assegurarem a integridade dos seus jornalistas.
Entretanto, redes sociais como o Facebook e o Twitter já foram bloqueadas na Rússia.
Créditos da Imagem: Diário de Notícias