Maior onda de protestos em Cuba dos últimos trinta anos
13 de Julho, 2021As manifestações têm vindo a intensificar-se em Cuba, no decurso dos últimos dias. Muitos são os cidadãos que têm vindo para as ruas, exigindo melhores condições de vida. Em causa, está a escassez de alimentos e ainda o impacto recente da pandemia que tem sido terrível. O país já teve cerca de 245 mil casos, havendo a registar mais de 1500 fatalidades, contudo as infecções aumentaram drasticamente nos últimos dias. Os dados diários mais recentes apontam para mais 6923 novos casos e 47 mortes, o que indicia um descontrolo neste preciso momento.
Além disso, o país perdeu muitas receitas ao nível do turismo, tal como acontecera com outras nações.
Também há queixas relacionadas com o mau funcionamento da electricidade, e o governo não tem sido poupado pelo coro de críticas.
Em pequenas cidades de Cuba, como San Antonio de los Baños ou Palma Soriano, ouviram-se mesmo jovens a gritar por liberdade, enfrentando mesmo os carros da polícia. Os manifestantes usaram o lema “Pátria e Vida”, contrapondo-se à terminologia do “Pátria ou Morte” que chegou a ser alusiva à revolução cubana e à implementação do socialismo.
Em Havana, o Presidente Miguel Díaz-Canel, sucessor de Fiel e Raúl Castro, culpa os Estados Unidos, acusando-os de ingerência no âmbito dos protestos, e apela aos seus apoiantes para que saiam à rua e respondam às provocações. Já se registaram inclusivamente dezenas de detenções, incluindo jornalistas e o padre Castor José Alvarez que tem sido um crítico do regime. Também na capital cubana, foram reforçadas as patrulhas militares, incluindo jipes equipados de metralhadoras. O acesso à internet foi também cortado no arquipélago.
Por seu turno, Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos da América, expressou o seu apoio e compreensão pelo protesto de liberdade do povo cubano.
De acordo com o Jornal Observador que cita o depoimento de Idalmis Menéndez (ex-nora de Fidel Castro), corre ainda o rumor de que a família do antigo líder Fidel Castro já está a ponderar um eventual refúgio ou asilo em Espanha, em caso de agravamento da tensão existente no país.
Créditos da Imagem: Eva Marie UZCATEGUI / AFP/ L’Express