Mario Draghi apresentou demissão

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou oficialmente esta quinta-feira a renúncia, depois de o seu governo de coligação de unidade nacional se ter desmoronado. De acordo com o Diário de Notícias, Mario Draghi acabou por perder o apoio de três membros do seu governo: o populista M5S (Movimento 5 Estrelas), o conservador “Força Itália” (FI) de Silvio Berlusconi, e a Liga de extrema-direita de Matteo Salvini.

Segundo o mesmo jornal, a crise na coligação eclodiu na semana passada, após o Movimento 5 Estrelas não ter votado a favor de uma moção de confiança, quebrando fileiras com o resto dos seus parceiros, o que levou o primeiro-ministro italiano a demitir-se. Refira-se que o governo italiano contava com uma coligação de partidos que orbitavam na extrema-direita e na esquerda, criando um cenário propício a desentendimentos e divergências ideológicas.

Mario Draghi que já tinha sido Presidente do Banco Central Europeu (entre 2011 e 2019), tornou-se chefe do governo italiano em Fevereiro de 2021, e até teve algum mérito em ajudar o seu país a ultrapassar gradualmente a crise sanitária que chegou a ter um impacto caótico em Itália, sobretudo nos primeiros tempos. Procurou ainda incutir transparência na gestão pública. No entanto, Mario Draghi teve, nos últimos tempos, a contrariedade de combater uma inflação galopante provocada pela conjuntura actual (só em Maio, a inflação aumentou 7%), tendo havido críticas sobre a alegada ineficiência das políticas adoptadas. A posição de Draghi na guerra da Ucrânia (apoiou, tal como os restantes países do Ocidente, a resistência ucraniana e as sanções à Rússia) também é criticada pelo Movimento 5 Estrelas que conta com tendências pró-Rússia.

A Itália irá, ao que tudo indica, para eleições antecipadas.

Créditos da Imagem: EPA/Angelo Carconi