Ministério recusa abrir vagas para contratar médicos no SNS (comunicado)

2 de Janeiro, 2025 0 Por A Voz de Esmoriz

O Ministério da Saúde (MS) liderado por Ana Paula Martins recusou os pedidos das várias Unidades Locais de Saúde para a abertura de vagas para a contratação de médicos especialistas nas áreas da medicina geral e familiar (MGF), saúde pública (SP) e hospitalar. Esta recusa é incompreensível, mas coerente com a irresponsabilidade da tutela na garantia do reforço de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A falta de competência e de vontade política do MS em abrir as vagas necessárias para a contratação de médicos especialistas hospitalares, de MGF e de SP, é de uma irresponsabilidade gritante. Esta atitude vai amplificar as dificuldades de resposta já existentes nos serviços de urgência, no acesso e tempo de espera para consultas e cirurgias programadas, aumentar o número de utentes sem médico de família e sobrecarregar ainda mais as equipas que ainda restam no SNS.
A título de exemplo do que é a realidade em todo o país, na ULS do Tâmega e Sousa, das 11 vagas pedidas para MGF e das 2 pedidas para SP, só abriram uma de cada, e das mais de duas dezenas de vagas para a área hospitalar, só abriu uma. Na ULS de Santo António foram pedidas 22 vagas de várias especialidades, mas apenas 8 foram garantidas, e na ULS de Trás os Montes e Alto Douro foram pedidas 24 e apenas 15 foram concedidas. A nível nacional abriram menos de 25% das vagas necessárias para devolver médicos de família à população, da qual é exemplo a ULS de Almada Seixal, onde 40 mil utentes vão continuar a ser deixados sem médico, pois abriu apenas 1 vaga para MGF.
A FNAM vai questionar diretamente Ana Paula Martins sobre as razões de mais um deslize com impacto negativo para o SNS e na prestação de cuidados de saúde à população, e que empurram, uma vez mais, os médicos para o setor privado e para o estrangeiro.

30 de dezembro 2024

Comunicado da Comissão Executiva da FNAM