Movimento 2030 e Vereadores do PS estão contra a aquisição de propriedade pela maioria do PSD (comunicado)
14 de Julho, 2023O Movimento 2030 tomou conhecimento da pretensão da aquisição de um escritório com cerca de 300 m2 na rua Heliodoro Salgado, nº 14, por 245.000,00€, sem acesso automóvel digno, sem elevador e no último piso, sendo este mesmo na rua lateral da atual Câmara Municipal, enfrente a antiga igreja evangélica que a Câmara adquiriu por 150.000,00€, a um espaço devoluto e a um propriedade de dois pisos que já foi arquivo municipal, falamos de propriedades Municipais que ficam paredes meias e no seguimento das instalações da Câmara Municipal com ligação interna, perfazendo mais de 500m2 de área a poderem ser utilizados e que estão aparentemente abandonadas.
Assim, via e-mail, perguntamos aos senhores Vereadores do executivo Municipal se não era mais responsável investir estes 245.000,00€ na recuperação das referidas propriedades já existentes, e se estão de acordo com esta aquisição.
Perguntamos posição individual dos senhores vereadores,
Os vereadores do PSD não responderam.
Os vereadores do PS responderam às nossas questões demostrando maturidade e convivência democrática construtiva em prol do bem coletivo, sendo que não concordam com esta aquisição tendo fundamentado a sua posição. ( resposta integral em baixo ).
O Movimento 2030 está sempre disponível para o melhoramento do nosso concelho, com diálogo e partilha de opinião, estas decisões devem ser discutidas o mais amplamente possível. Maioria absoluta não deve ser transformada em ditadura disfarçada.
“Estimados Senhores:
Aquisição de imóvel pela CMO
Em resposta ao V/ e-mail datado de 6 de julho p.p., sobre o assunto em epígrafe, somos a informar o seguinte:
Os vereadores do Partido Socialista da CMO tomaram conhecimento, na reunião de Câmara de 6 de julho p.p., da aquisição por parte da Câmara de um imóvel na rua Heliodoro Salgado em Ovar, por 245.0000€.
E dizemos Tomaram Conhecimento, e não votaram, pois trata-se de uma competência do Presidente da Câmara, delegada pelo Executivo no início de mandato ao abrigo do disposto no nº 1 do artº 33º da Lei 75/2013 de 12 de setembro que determina que compete à Câmara Municipal adquirir, alienar ou onerar bens imóveis de valor até 1000 vezes o RMMG, ou seja 760.000€.
Assim, o Presidente da Câmara pela competência delegada e com os fundamentos de que as instalações são escassas para instalar o corpo técnico da Câmara proferiu um despacho em que reconhece relevância na aquisição do imóvel do ponto de vista do interesse municipal.
Do que acresce se constata que a decisão de adquirir o imóvel é da única responsabilidade do Executivo em permanências, porquanto tal decisão teve a oposição dos Vereadores do PS, fundamentada nos seguintes considerandos:
1 – Não se reconhece relevância na aquisição do imóvel pois a CMO já é detentora de vários imóveis na mesma rua (imóveis abandonados e onde não se investiu um euro a não ser na sua aquisição) e noutros locais da cidade, significando isto despesas de muitas centenas de milhar de euros, numa estratégia frontalmente contrária à defendida por nós, que consistiria na construção de um edifício de raiz, onde, com toda a comodidade para técnicos e munícipes, se instalariam todos os serviços camarários, em vez de obrigar os munícipes a andarem de “Anás para Caifás”, à procuro do cubículo onde o serviço se encontra.
2 – O imóvel em questão, a fração autónoma c, encontra-se no 4º piso sem possuir elevador facto que coloca a acessibilidade em má serventia dos munícipes.
3 – O preço pago pela CMO – 245.000€ é 30.000€ mais caro do que a avaliação feita pelo avaliador externo, preço que na nossa opinião não se justifica.
Foram, em suma, estas as razões objetivas que nos levaram, perante o facto consumado, a manifestar, em sede própria, a nossa discordância da aquisição do imóvel referido, pela CMO.
Sendo o que nos oferece dizer sobre o assunto apresentamos os melhores cumprimentos.
Os Vereadores do PS
Alcides Alves
Márcia Valinho”