Movimento 2030 lança petição para requalificar CineTeatro de Ovar; Autarquia propõe criar uma Praça de Cariz Cultural

Após ter tido sucesso no lançamento da petição que travou o processo de abate de árvores na mancha florestal de Ovar (com reconhecimento posterior ao nível parlamentar), o Movimento 2030 promoveu agora uma iniciativa similar, onde apregoa a necessidade de se requalificar o Cine Teatro de Ovar.

A petição conta neste momento com perto de mil assinaturas, sendo de realçar que a mesma é apoiada por alguns nomes sonantes da cultura portuguesa, nomeadamente os conceituados actores Diogo Infante, Inês Castel-Branco e Joaquim Nicolau. Além disso, também a CCDR Centro terá recomendado a preservação do edifício.

Os subscritores desta petição pública defendem os seguintes objectivos (e passamos a citar):

– o que resta do saudoso Cine Teatro de Ovar permanece esteticamente relevante, pelo seu princípio de funcionalidade, simplicidade, elegância intemporal e beleza singular, devendo ser protegido;

– tal como outros municípios do nosso país têm compreendido o potencial de edifícios equiparados ao Cine Teatro de Ovar, avançando com obras de reabilitação, revitalizando-os e adaptando-os para novos usos com assinalável sucesso, promovendo a regeneração urbana e a sustentabilidade, também o Cine Teatro de Ovar deve ser merecedor de uma segunda vida;

– a robustez estrutural e a localização central fazem do antigo Cine Teatro de Ovar o candidato ideal para a reconversão e para uma renovada oportunidade como espaço cultural, devendo ser exemplo de conservação, reparação e renovação do património.

Recorde-se que o actual executivo municipal de Ovar apresentou uma visão diferente, no Dia do Município, propondo criar antes, naquele lugar, um grande auditório a céu aberto, um projecto original onde as artes poderão ser vividas em harmonia com o meio ambiente. A ideia será consubstanciar a “Praça Cineteatro de Ovar”, garantindo mais uma praça no centro da cidade de Ovar, com uma entrada privilegiada para o Parque Urbano e permitindo polivalência no uso do local, também para fins culturais. No Dia do Município, o Presidente da Câmara Municipal de Ovar, Domingos Silva, referiu que a obra terá a missão de “preservar a história e a memória do povo e no caminho da modernidade prestar o tributo à cultura e às artes”, e portanto, será “construído um grande auditório, o maior do concelho, mas a céu aberto e em harmonia com o meio ambiente, num local central e acessível a todos, em que o teatro, o cinema, a dança e outras artes sejam vivenciados de forma abrangente e evolutiva”.

No seio da população, há posições dissonantes, há quem apoie a reabilitação do edifício, outros admitem que o conceito de praça poderá ser aplicável (se a obra for bem pensada), e por fim, há aqueles que já não assumem propriamente uma posição concreta, visto que este é um tema que, durante muito tempo, não mereceu um destaque prioritário.

Créditos da Imagem: Lusoamericano.com