“Neste momento, não temos uma data definida para reatarmos o campeonato ou mesmo concluir” – José Rodrigues

José Rodrigues é presidente do STOP FC, mas lidera igualmente a estrutura de gestão da Liga de Futebol Popular do Município de Ovar que, na actual edição, conta com 10 equipas. José é hoje o nosso entrevistado principal. Iremos falar um pouco das metas do seu clube, e sobretudo da competição.

1 – A criação da Liga de Futebol do Município de Ovar em 2013 veio suprir uma lacuna que existia, permitindo a outros atletas continuarem a competir desportivamente?

R: Podemos dizer que sim. Quando resolvi criar a Liga esse era um dos objetivos – dar competição a atletas que não tinham lugar em equipas da distrital ou porque não podiam treinar regularmente por motivos laborais [turnos].

2- Ao início, quantas equipas e atletas aceitaram o repto de se inscrever?

R: No início, começámos com 10 equipas mas na época a seguir com 17, na subsequente com 20 e agora contamos com 10 equipas porque as restantes 5 equipas não se inscreveram por causa do COVID-19.  

3- O êxito foi tão claro que receberam inscrições de equipas de concelhos vizinhos? Ou seja, a liga albergou clubes de outras terras, além do município de Ovar?

R: Não digo que foi um êxito, mas não foi fácil, porque foram precisos dois anos de trabalho para que tudo arrancasse como planeamos. Este é um campeonato diferente de todos os outros porque temos equipas de vários concelhos, isso é o que nos torna diferentes dos outros.

4- Diz-se habitualmente que o futebol popular é pouco táctico, mas muito mais raçudo e competitivo. Concorda com essa visão?

R: Não posso concordar com essa descrição de “pouco tático” até porque o futebol popular já não é como era no passado. Atualmente, já temos equipas que treinam durante a semana e que têm bons atletas o que os torna mais competitivos. Vou dar um exemplo: o STOP F.C esteve na Taça de Aveiro em que jogou a primeira mão contra o PINHEIRENSE em que fomos superiores praticamos um bom futebol mas perdemos por 1-2 fomos repescados para a 2ºMão em que tivemos pela frente o ALBA em que perdemos 7-0 mas com o dever cumprido dignificámos o nosso concelho. Podemos também falar do que a equipa do campeonato de Espinho – a Ronda – fez na Taça de Aveiro em que eliminou várias equipas da distrital e que chegou às meias-finais da Taça de Aveiro contra o Fiães.

5- É perfeitamente possível que um jogador das competições de futebol popular possa alcançar outros voos, ao ponto de se tornar reforço de equipas profissionais ou semi-profissionais?

R: Sim, é possível porque temos muitos bons atletas nas equipas. Alguns só precisam mesmo que esses clubes apostem neles.

6- Poderá descrever-nos as regras da competição da Liga de Futebol do Município de Ovar?

R: As regras são as mesmas da FPF.

7- Sei que também criaram a Taça da Cidade de Esmoriz e uma Taça da Liga da Associação. É uma forma de gerar mais competitividade?

R: A Taça Cidade de Esmoriz já fazia parte do Protocolo que assinámos com a FPF e AFA em que nos permite enviar o vencedor do troféu à Taça Distrital de Aveiro. Por sua vez, a Taça da Liga é para as equipas que não seguem em frente na Taça Cidade de Esmoriz para assim terem mais um objetivo.

8- O facto das equipas vencedoras da Liga de Futebol Popular de Ovar e da Taça da Cidade de Esmoriz poderem disputar as primeiras eliminatórias na Taça Distrital da Associação de Futebol de Aveiro é sinónimo de reconhecimento de que existe qualidade e visibilidade na modalidade do futebol popular?

R: É claro que sim. A assinatura do Protocolo com estas duas entidades veio dar muita visibilidade ao nosso campeonato, fez que as equipas se reforçassem e quererem naturalmente alcançar o objetivo de participar na Taça de Aveiro.

9- E agora falando do impacto da pandemia COVID-19, houve equipas que não arriscaram participar na actual temporada de 2020/2021, e as provas estão paradas há muito tempo. A COVID-19 está a colocar-vos muitas dificuldades? Chegaram a existir jogadores infectados nas equipas?

R: Sim, houve equipas que não quiseram participar com medo de ficarem infetados com o COVID-19 e também tivemos atletas infetados em algumas equipas.

10- Quando é que prevê o reatamento da competição? Será possível concluir a prova?

R: Neste momento, não temos uma data definida para reatarmos o campeonato ou mesmo concluir. Simplesmente, aguardamos pelas instâncias superiores ou por uma conclusão da DGS se nos dá luz verde para podermos reatar o campeonato.

11- E em relação ao STOP FC, clube do qual é presidente, acredita que é possível almejar títulos? Qual é a meta para esta temporada?

R: Todas as épocas determinámos objetivos para o nosso clube e gostaria de almejar títulos sem dúvida nenhuma. Entramos em todas as competições para ganhar!

12- Em relação à assistência de anos anteriores à pandemia, tem denotado a comparência de público nos jogos ou sente que o apoio da comunidade ainda é escasso?

R: Todos os anos vamos notando algum apoio por parte da família Stop mas da comunidade do concelho é mais escasso.