
“Países europeus devem convergir estratégias para reduzir a duração da pandemia” – Opinião
14 de Agosto, 2021Os países europeus precisam de cooperar mais e coincidir estratégias no ataque à pandemia, senão a situação atual prolongar-se-á no tempo. O alerta foi publicado na revista “The Lancet Regional Health Europe”, num estudo (https://www.thelancet.com/journals/lanepe/article/PIIS2666-7762(21)00162-9/fulltext) assinado por 32 cientistas de 17 países, incluindo Helena Machado (Universidade do Minho) e Carlos Martins (Universidade do Porto). Os investigadores reprovam também o desconfinamento precoce, até porque no outono aumenta a incidência sazonal de casos covid-19 e o nível de vacinação pode não ser suficiente.
“Há duas opções na mesa: os governos mantêm medidas restritivas até ao inverno ou, então, os governos vão já reduzindo as restrições e, com a vacinação generalizada, os casos covid irão disparar, mas de baixa gravidade, espera-se”, diz a socióloga Helena Machado. Para esta investigadora e presidente do Instituto de Ciências Sociais da UMinho, a retirada de restrições pode dever-se à necessidade de recuperação económica e de evitar a saturação psicológica dos cidadãos. Porém, “não faz sentido um país adotar um caminho e o país vizinho não, exige-se cooperação e solidariedade internacional” na pandemia.
Os autores do artigo admitem que a Europa “arrisca-se” a repetir 2020: “No outono, a mudança para atividades internas, o clima frio que acelera a disseminação do SARS-CoV-2, a hipótese de novas estirpes e, sobretudo, cada vez mais gente a misturar-se em público podem levar a uma nova vaga e ao confinamento”. Portugal sujeita-se agora a esse cenário, tal como outros países. Já a Inglaterra desconfinou cedo, mas se as coisas piorarem admite recuar na decisão.
Aliás, a erradicação daquele vírus “parece improvável” face aos desafios da sua evolução, da cobertura vacinal, da imunidade incompleta contra a infeção ou até de eventuais reservatórios de infeção em animais, consideram os investigadores do estudo. “Mudanças moderadas como melhor ventilação de espaços e maior uso de máscaras em certos momentos vai ajudar na maioria das vezes a quebrar cadeias de transmissão”, frisam.
A equipa científica defende que os governos precisam de ter uma mensagem clara para as populações, recuperar necessidades de saúde não atendidas no último ano (como a deteção precoce de cancro), ser ágeis na saúde mental (sobretudo para quem está em risco social) e garantir a vacinação universal. “Ninguém está seguro até que todos o estejam, precisamos de reconhecer o nosso lugar no mundo”, reconhecem.
Universidade do Minho
(Partilhado pela Associação Portuguesa de Imprensa)
O aumento da despesa total em I D para 3 % do PIB em 2030, com um terco em despesa publica e dois tercos em despesa privada constitui a principal meta a prosseguir, no quadro das intervencoes neste dominio. Para tal, deve ser promovido, de forma subsidiaria e associado a outros dominios desta agenda, o aumento do racio de novos doutorados de tres para quatro por 10 mil habitantes ate 2030 (dominio da qualificacao dos recursos humanos) e a criacao de 25 000 empregos qualificados em atividades de I D nas empresas (dominio da inovacao empresarial). No que respeita ao reforco da base de conhecimento cientifico da economia e sociedade portuguesas, pretende-se estimular a capacidade nacional em todas as areas do conhecimento e a sua internacionalizacao, juntamente com o emprego cientifico e o desenvolvimento de carreiras academicas e cientificas em Portugal, assim como o reforco das infraestruturas cientificas, de forma a garantir a melhoria progressiva das condicoes de atratividade dos sistemas de investigacao e inovacao em Portugal quando comparados ao melhor nivel de excelencia europeu. Esta aposta na I D e no reforco do Sistema Nacional de Investigacao e Inovacao assegurara a base de conhecimento cientifico, incluindo em areas alinhadas com as Estrategias de Investigacao e Inovacao para Uma Especializacao Inteligente e com a Agenda de Inovacao para a Agricultura 2020-2030 («Terra Futura»), e promovera a sua orientacao para as necessidades do setor produtivo e da sociedade em geral, envolvendo a atracao e promocao de recursos humanos altamente qualificados, reforcando o emprego cientifico e o desenvolvimento de carreiras academicas e cientificas; a promocao de programas tematicos de investigacao e inovacao que estimulem a especializacao nacional no contexto europeu; a capacitacao e reforco das instituicoes (unidades I D, laboratorios associados, laboratorios do Estado, laboratorios colaborativos, polos da rede de inovacao da agricultura e centros de interface tecnologico) e das redes entre instituicoes; a qualificacao das infraestruturas cientificas e tecnologicas e estimulando a sua participacao nas redes europeias de infraestruturas cientificas e tecnologicas de excelencia; e a promocao da cultura cientifica e tecnologica, a comunicacao do conhecimento e dos resultados da atividade de I D.