
PAN questiona Governo sobre abate de 1,5 milhões de árvores, incluindo sobreiros, para instalação de centrais fotovoltaicas (comunicado)
31 de Agosto, 2023O Pessoas-Animais-Natureza (PAN) questionou hoje o Governo sobre o abate de 1,5 milhões de árvores para a instalação de uma única central fotovoltaica em Santiago do Cacém e sobre os impactos cumulativos destas decisões, num momento em se encontram em fase de análise mais de três dezenas de centrais deste tipo.
“Uma energia verdadeiramente limpa não pode ser feita à custa da destruição da natureza”, afirma a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real. “Não invalidando a necessária transição energética para a descarbonização da economia, o futuro não pode passar pela construção de mega centrais que destroem e artificializam vastas áreas de solos com importantes valências ambientais, e que implicam o abate de milhões de árvores. É necessária uma efetiva procura de alternativas, que passem pelo aproveitamento de superfícies já construídas (telhados e coberturas) para a instalação de painéis solares, tal como o PAN tem defendido”. A deputada única do PAN denuncia ainda que não está a ser feita “uma avaliação ponderada dos impactes negativos cumulativos e uma análise aprofundada e integrada do custo-benefício” destes projetos.
Os objetivos de se atingir mais de 9 GW de potência solar até 2030 significam a construção de centrais fotovoltaicas numa área que poderá ascender a 10 mil ha, o equivalente ao concelho de Lisboa. São projetos que foram rejeitados mais do que uma vez pela APA, sendo inaceitável a sua aprovação e declaração de interesse público. Portugal é apontado de forma unânime pela comunidade científica como um dos países a ser mais afetado pelas alterações climáticas, que vão afetar nomeadamente regiões como o Cercal do Alentejo e Santiago do Cacém. Por esta razão, a concentração destes projetos em áreas do Alentejo, poderá ter efeitos negativos impactantes e irreversíveis.
“Cabe ao Governo encontrar as medidas de política que resultem num equilíbrio entre a necessidade de descarbonização por via das fontes renováveis e a conservação da natureza e biodiversidade”, afirma a porta-voz do PAN. “Para tal, o Governo não deve ceder à voracidade do pilar económico”, remata.
Sobre o Partido Pessoas-Animais-Natureza – PAN:
O PAN – Pessoas-Animais-Natureza é um partido político português inscrito junto do Tribunal Constitucional (TC) desde 13 de janeiro de 2011. Pretende promover uma consciência solidária nas causas humanitária, animal e ecológica e defende uma sociedade livre, justa e inclusiva e uma democracia baseada na participação, na ética, no consenso, no respeito e na igualdade. Nas suas primeiras eleições legislativas, em 2011, o PAN obteve um total de 57.995 votos. Desde então, tem participado em todos os atos eleitorais realizados em Portugal, tendo vários representantes a nível nacional, regional e local. Inês de Sousa Real é a atual porta-voz e deputada única eleita à Assembleia da República do partido. A 3 de junho de 2023 o PAN passou a integrar a família dos European Greens.