“Perco muitas horas a compor músicas ou escrever canções” – José Alberto Reis
8 de Julho, 2021José Alberto Reis, cantor e compositor português, esteve nesta quinta-feira no programa “Café com JB” da Rádio Voz de Esmoriz, conduzido pelo locutor Jorge Bandeira. O conceituado artista conta com 34 anos de carreira, e relembra que nos primeiros tempos, ganhava alguns cachets através dos concertos iniciais, como por exemplo, acontecera na estreia que realizou em Marco de Canaveses. Desde então, encetou um percurso profissional de sucesso, sendo o seu talento reconhecido nos panoramas nacional e internacional. Nas suas melodias, adopta um estilo romântico, tendo já inúmeros discos de ouro e de prata. Muitos o apelidaram meritoriamente de “Júlio Iglesias Português”.
José Alberto Reis recorda que quando se lançou como cantor (através da edição do seu primeiro disco), os estudos musicais disponíveis eram escassos, e que na altura, era necessário ter uma boa voz e apresentar um bom repertório musical para alcançar o sucesso. No entanto, considera que hoje existe uma abertura tão grande e excessiva, rematando que “há muita gente hoje que não deveria andar por aí a cantar” e conclui que subsiste uma “pandemia musical”, enquanto que podem existir casos de verdadeiro talento que podem estar a ser negligenciados. José Alberto Reis refere que hoje é muito fácil qualquer um lançar o seu disco em qualquer plataforma, possuindo ou não a qualidade exigida.
Fazendo o ponto da situação dos artistas musicais em Portugal, relembra que a vida de um cantor não é fácil nos dias de hoje, visto que todos os artistas andam de terra em terra, à procura do reconhecimento das multidões. Em termos mais individuais, José Alberto Reis espera, logo que a conjuntura pandémica seja revertida, voltar a confraternizar com o público e seus fãs, e celebrar assim os 34 anos de carreira com as suas músicas mais carismáticas.
O cantor deixou ainda recados à classe política, sublinhando que os artistas culturais não estão a ser devidamente apoiados neste contexto adverso, relembrando que, no passado, muitos dos cantores já participaram ou até mesmo organizaram, por exemplo, campanhas de angariação de alimentos ou de cadeiras de rodas para quem mais necessita, mas que agora se sentem abandonados. Reforça que se criou facilmente o mito de que os artistas ganham muito dinheiro e que sobrevivem a qualquer tempestade, mas adianta que não é verdade. Exemplifica que muitos técnicos (som, bastidores…) estão a passar um mau bocado.
José Alberto Reis admite que perde muitas horas em compor as músicas ou escrever as canções, procurando letras e rimas. Realça que não há grandes ganhos monetários em direitos de autor no que concerne à composição das melodias, embora reconheça que isso confira prestígio e qualidade ao compositor porque os índices de criatividade e originalidade definem também o potencial de um músico.
Quanto à sua forma de estar na vida, José Alberto Reis acredita que quem faz o bem, sente-se melhor com a vida que tem. Revela que é uma pessoa que se pauta “pela paz interior” e que é muito difícil revoltar-se independentemente do assunto, e por outro lado, acredita no “amor incondicional”.
No final, enviou uma mensagem a todos ouvintes e aos emigrantes, fazendo votos para que os volte a reencontrar nos seus espectáculos, quando o futuro assim o permitir.
Vários ouvintes ligaram para o programa, elogiando a carreira e as músicas de José Alberto Reis. Foram difundidos inclusive alguns temas do cantor, nomeadamente “Diz-me ao ouvido”, “E lá vou eu”, “Alma Rebelde”, “Setembro”, “Amo-te”, “Diz-me quem és”, “À procura de um céu”, etc.