Profissionais da Cultura realizam “velório pelos que foram deixados para trás”.

9 de Abril, 2021 0 Por Fátima Rocha

Os profissionais da Cultura vão fazer, a 21 de abril, em várias cidades portuguesas, velórios por todos aqueles “que este Governo deixou para trás” no último ano, anunciou hoje o grupo informal Vigília Cultura e Artes.

O Grupo informal Vigília Cultura e Artes, surgiu a 21 de maio de 2020 para promover um protesto, que decorreu em 17 cidades portuguesas.

Em declarações à Lusa, a atriz Anaísa Raquel, afirma que “A única coisa que podemos fazer um ano depois é um velório, e vamos velar todos os profissionais da Cultura que foram deixados para trás por este Governo e por todos os deputados que estão sentados na nossa Assembleia da República.”

A cultura, tornou-se um dos setores mais afetados pela pandemia, e segundo Anaísa nada mudou após um ano “A desproteção social continua, o facto de termos profissões não regularizadas continua, o facto de termos espetáculos cancelados e não pagos continua. Todas as medidas que foram implementadas pelo Governo são muito parcas, nunca chegaram a todos”, afirmou.

Da mesma maneira que, no ano passado, o grupo Vigília Cultura e Artes continuou a ter preocupação face a pandemia, este ano, as medidas mantem-se, “Por isso, será pedido a todos os que se desloquem até aos velórios, “que se façam acompanhar de máscara e álcool gel”.

Além disso, vai ser pedido que as pessoas “à semelhança daquilo que acontece num velório, vão chegando, depositando a sua flor num elemento que está no local e que faz parte de todos os velórios e que depois não permaneçam muito tempo na via pública, para garantir a segurança”. “Porque sabemos que estamos a viver ainda uma pandemia”, frisou a atriz.

Em Lisboa, o velório irá decorrer entre as 10:00 e as 17:00 em frente à Assembleia da República, também haverá velórios noutras cidades, no continente, como Porto, Évora e Aveiro, e nas ilhas, Madeira e Açores.

A paralisação da Cultura começou na segunda semana de março de 2020, depressa se estendeu a todas as áreas, onde no final desse ano o setor somava perdas superiores a 70% em relação a 2019. Este ano, a 15 de janeiro, todos os equipamentos culturais voltaram a fechar, no âmbito das medidas decretadas pelo Governo para conter a pandemia da covid-19.

Entretanto, as atividades voltaram a ser retomadas ainda que de forma faseada, a 15 de março, com a reabertura de livrarias, lojas de discos, bibliotecas e arquivos.

Naquilo que diz respeito ao setor cultural, a 5 de abril foi permitida a reabertura de museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.

Em 19 de abril, podem reabrir teatros, auditórios, salas de espetáculos e cinema, e podem também ser retomados segundo as regras impostas pela DGS. Finalizando a 3 de maio, poderão voltar a realizar-se “grande eventos exteriores e interiores, sujeitos a lotação definida.”