
Reação do Partido Ecologista Os Verdes à Rejeição da Moção de Confiança (comunicado)
11 de Março, 2025O país tem assistido incrédulo a uma autêntica telenovela a propósito do conflito de interesses e das incompatibilidades de Luís Montenegro nas suas funções de Primeiro Ministro, decorrentes do seu envolvimento na Spinumviva que tem ligações negociais com outras empresas, como tem vindo a público.
O que aqui está verdadeiramente em causa é aquilo para que o PEV tem alertado ao longo dos anos com grande preocupação, que se prende com a promiscuidade entre o poder político e o poder económico, a qual torna suscetível o favorecimento a grandes empresas.
Esse favorecimento ao poder económico tem-se verificado ao longo dos anos, em detrimento do investimento necessário para garantir serviços públicos de qualidade e para uma forte aposta na garantia de direitos e de boas condições sociais e ambientais.
Ao nível ambiental esse favorecimento ao poder económico tem sido recorrente, por exemplo através da lei da liberalização dos eucaliptos, do simplex ambiental ou, agora mais recentemente, com a lei dos solos e até com a estratégia designada de Água que Une.
São estas políticas, que concentram a riqueza numa minoria e que degradam as condições de vida da generalidade das pessoas, e são estes cenários e são os protagonistas destas políticas que descredibilizam as instituições representativas dos cidadãos.
Rejeitada que está a moção de confiança apresentada pelo Governo, o quadro mais provável é que o Presidente da República convoque eleições legislativas antecipadas (já as convocou noutras alturas por muito menos).
Assim, o PEV sublinha que se cria uma oportunidade para que os eleitores não deixem tudo na mesma e para que optem por políticas verdadeiramente alternativas e que credibilizem o exercício da política, livre de submissões ao poder económico.
Lisboa, 11 de março de 2025
Comunicado do Partido Ecologista Os Verdes