Salvador Malheiro: “As despesas foram justificadas e obedeceram aos critérios de contratação pública”
20 de Novembro, 2020Salvador Malheiro, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, esteve nesta passada quinta-feira à noite numa edição especial do Expresso da Barrinha, programa conduzido por José Carlos Macedo na Rádio Voz de Esmoriz.
O autarca abordou o mais recente tema polémico relacionado com a análise da auditoria efectuada pelos vereadores socialistas em regime de não-permanência na edilidade vareira, os quais alegaram a exorbitância de despesas e a ausência de critérios/bases protocolares na aquisição de equipamentos durante os tempos da Cerca Sanitária (17 de Março – 17 de Abril).
Salvador Malheiro recorda que o Cordão Sanitário foi necessário para travar o contágio comunitário que já existia no concelho. O edil lamenta que, ao início, o Governo não tenha oferecido a melhor capacidade de resposta, ao nível das testagens/rastreios e dos equipamentos necessários para combater a pandemia da Covid-19. No seu entender, a autarquia sentiu-se mesmo desapoiada, sobretudo numa altura em que as pessoas entraram em momentos de aflição.
O edil relembra que com a necessidade de se decretar o Estado de Calamidade no concelho de Ovar, no dia 17 de Março, a autarquia teve de adquirir recursos técnicos, físicos e humanos, garantindo o cumprimento das regras da contratação pública e auxiliando assim as populações locais. O autarca está de consciência tranquila e refere que as despesas contraídas são facilmente justificáveis, recordando em simultâneo que, no início, havia uma inflação natural do preço das máscaras, tendo em conta a sua inicial escassez no mercado para uma procura social enorme. Daí o município ter adquirido inicialmente exemplares com um preço médio de 7 ou 8 euros.
Salvador Malheiro defendeu ainda o papel que considera ter sido fundamental por parte do Gabinete de Crise do Município de Ovar, o qual ajudou a estancar o vírus e a salvar vidas humanas, estrutura que mereceu inclusivamente o reconhecimento de cientistas e especialistas à escala nacional. Relativamente às refeições e estadias que tenham sido proporcionadas a alguns elementos, o presidente da autarquia argumenta que tudo foi uma forma de “demonstrar deferência para quem trabalhou 24 horas sobre 24 horas em prol da comunidade vareira, sem nunca baixar os braços”.
O edil desafiou ainda os vereadores socialistas em regime de não-permanência da Câmara Municipal de Ovar a pressionar o Governo de António Costa de forma a que a autarquia seja ressarcida das despesas extraordinárias que tiveram de ser assumidas aquando dos tempos da Cerca Sanitária.
No final da entrevista, Salvador Malheiro recordou ainda a cedência de 7 monitores de sinais vitais ao Hospital de São Sebastião da Feira, os quais foram usados anteriormente no Hospital de Campanha “Anjo D’Ovar”, um gesto que reflecte a solidariedade vareira. Por outro lado, apelou à necessidade de requalificação do bloco operatório do Hospital Francisco Zagalo (Ovar) e criticou o Governo de não ter planeado atempadamente, logo após o final da Primavera, a chegada da segunda vaga da Covid-19.
Fotos da autoria de Normando Ramos