Salvador Malheiro refuta nova norma da DGS
23 de Outubro, 2020Salvador Malheiro esteve recentemente no “Especial Informação” da Rádio Voz de Esmoriz. O Presidente da Câmara Municipal de Ovar coloca em causa a nova norma de recuperação de infectados por Coronavírus decretada pela Direcção Geral de Saúde. Anteriormente, os portadores “assintomáticos” (ou ligeiros) de COVID-19 tinham de esperar 14 dias e fazer um novo teste que teria de dar negativo de forma a efectivar-se a recuperação. Contudo, entrou em vigor, desde 15 de Outubro, a nova norma 004/2020 que diminuirá o período de recuperação de 14 dias para 10 dias, sem que, no final desse ciclo, seja exigível ou obrigatório o segundo teste de despistagem para todas as pessoas consideradas assintomáticas ou que não necessitem de cuidados hospitalares.
O edil considera que a nova regra acarreta um risco muito grande para a saúde pública, relembrando o crescimento recente das infecções diárias. Salvador Malheiro teme que esta medida recente não estanque o contágio, podendo até ter o efeito contrário de fomentá-lo. Por outro lado, alega que, a propósito deste assunto, subsiste uma clara contradição e uma tendência de facilitismo por parte da DGS, argumentando que, em questões de saúde, não interessam os números, mas sim as pessoas, e realçando que esta medida pode trazer consequências negativas para as próprias empresas e escolas, caso a situação se descontrole.
Salvador Malheiro recorda que as estatísticas de contágio aumentaram no território nacional, e já são superiores ao “pico” da Primavera, e remete para os sucessivos avisos da comunidade científica que apontam para um agravamento do número de infectados nos próximos tempos.
No panorama local, o edil garante que tem acompanhado de perto a realidade dos infectados, assegura que os números estão controlados (existem 80 casos activos, neste momento, no concelho de Ovar) e confessa que não quer voltar a implementar uma Cerca Sanitária, embora volte a insistir de que se avizinham momentos difíceis no combate à pandemia.
O Presidente da Câmara Municipal de Ovar criticou, por fim, o Ministério da Saúde por não intervir nas Unidades de Saúde Familiar do concelho e no próprio Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar. O edil assevera que a autarquia procedeu à instalação de monoblocos amovíveis nas USF’s de Laços – Cortegaça, João Semana – Ovar e de São João de Ovar, e ainda no Hospital vareiro, de forma a separar devidamente os acessos/circuitos, sejam aqueles reservados à vacinação ou os demais destinados aos cuidados normais, permitindo que as pessoas possam ser atendidas com o mínimo de conforto, numa altura em que o clima frio se evidencia no exterior. Os profissionais de saúde terão também melhores condições de trabalho, podendo reorganizar-se de uma forma mais eficiente.
O autarca apelou, por fim, à reabertura por parte do Ministério de Saúde dos postos médicos de Arada, São Vicente Pereira, Maceda e Furadouro, alertando que há utentes que sofrem de outras patologias sérias e que precisam igualmente de ser atendidos com dignidade.