
Sérgio Vicente Prata: “Não percebo porque é que há unidades de saúde encerradas neste país”
26 de Janeiro, 2021Sérgio Vicente Prata, Presidente da Junta de Freguesia de Cortegaça, esteve recentemente no programa “Expresso da Barrinha” da rádio Voz de Esmoriz.
O grande tema central esteve relacionado com a pandemia da COVID-19 e as consequências daí resultantes no rumo do país e do concelho de Ovar.
Sérgio Vicente Prata reconhece que Portugal praticamente parou, lamentando em simultâneo a perda de várias vidas humanas devido ao vírus. Reconhece que, para além, de uma crise de saúde pública, existe em simultâneo, uma crise económica e social, relembrando que os sectores do comércio, hotelaria, restauração e cultura estão a sofrer duramente com a paralisação que se abateu sobre o país e o mundo.
Assume que, apesar das contrariedades económicas derivadas da Cerca Sanitária, a sua implementação foi fulcral para salvar vidas e evitar que mais pessoas fossem infectadas, e nesse sentido, presta igualmente uma sincera homenagem ao trabalho desenvolvido pelo Gabinete de Crise que tudo fez para inverter o número preocupante de infecções.
No que concerne à chegada da terceira vaga da pandemia em Janeiro, o autarca sublinha que o país deveria ter-se preparado melhor para enfrentar essa nova realidade porque a comunidade científica já tinha alertado para esse cenário previsível. Além disso, defende mais coerência do Governo relativamente a algumas medidas que têm sido tomadas e que, por vezes, entram em contradição com as anteriores.
Efectivamente, Sérgio Vicente afirma que está na altura de se adoptarem deliberações mais assertivas e eficazes até porque hoje já existe mais informação científica sobre o vírus. Apela mesmo à realização de um estudo ou inquérito que determinasse a origem dos principais focos de infecção da COVID-19 (por exemplo, deixou a questão: que sector de actividade pode ser mais susceptível de provocar mais contágios?).
Relativamente ao tema das unidades de saúde, Sérgio Vicente Prata não percebe porque é que algumas ainda estão encerradas, quando outras estão a abarrotar sem que os serviços administrativos e os seus respectivos meios médicos sejam capazes de dar capacidade de resposta.
O Presidente da Junta de Freguesia de Cortegaça alertou ainda para outros fenómenos sociais preocupantes que podem ter-se deteriorado com a pandemia: a sustentabilidade financeira de muitas famílias (cujos membros do agregado poderão ter ficado no desemprego), o aumento das depressões e suicídios, o agravamento dos casos de violência doméstica, etc.
Por outro lado, elogia igualmente o trabalho das entidades autárquicas e das autoridades do concelho de Ovar, de forma a evitar novas cadeias de transmissão e a sensibilizar as populações para o cumprimento das normas em vigor.
Sérgio Vicente Prata apela aos cortegacenses e demais portugueses para que tenham esperança num futuro melhor, embora admita que seja necessário superar ainda esta etapa que se prevê difícil.