“Temos a estrutura idealizada para que o X Encontro de Teatro possa ser um marco histórico na existência dos Arautos” – Silvino Gomes
1 de Maio, 2021Silvino Gomes é Presidente dos “Arautos Grupo D’ Arte e Cultura”, entidade constituída em 1994, mas oficialmente formalizada em 1995. Silvino tem seguido os pergaminhos de Sidónio Oliveira Ramos, Belisário Augusto Vieira e João Manuel Marinheiro, fundadores da instituição. Procuramos saber qual é a realidade actual e quais os desafios futuros da colectividade, sem ignorar a actual conjuntura pandémica.
1- Olá Silvino. Como tem sido o impacto da pandemia da COVID-19 no que concerne à vossa atividade cultural? Tiveram que cancelar os vossos dois últimos festivais?
R: Desde já, o nosso muito obrigado pela oportunidade de partilhar a nossa vivência durante a pandemia. Foi um impacto muito grande, pois tínhamos um projecto novo a começar a ser trabalhado e no que diz respeito à representação física era muito importante para ser bem realizado, o que a Pandemia veio retirar. No ano de 2020 tínhamos anunciado o Encontro de Teatro assim como também o nosso Aniversário que seria um Evento em Grande mas infelizmente cancelamos.
O Encontro deste ano ficou suspenso pois poderemos fazer algo diferente dos moldes dos outros anos, tudo dependendo das regras.
2- Já sentem saudades dos palcos? Que sentimentos emancipam à flor da pele depois desta paragem inesperada provocada pelo vírus?
R: Sim, claro que como qualquer ator ou pessoa ligada ao espetáculo diretamente com o público sente esse nervosismo, mas nada como um bom regresso para isso tudo passar.
3- Quando esperam regressar definitivamente à ação? Ou ainda é tudo bastante imprevisível?
R: Desde já, vamos regressar à normalidade dos ensaios para que se possa tentar recuperar o tempo “perdido” e depois sim regressar aos palcos.
4- Nas redes sociais, partilharam alguns momentos altos dos vossos últimos festivais. De todas essas recordações, quais foram para si as experiências mais marcantes?
R: Temos vindo a fazer essa partilha de memórias o que também tem sido bom pois temos vindo a ter um bom feedback das pessoas. Estão a gostar que estejamos na mesma presentes e que não paramos. Todas as edições foram excelentes a todos os níveis, com recordações boas, mas provavelmente o melhor evento foi o do ano de 2017, onde tivemos como Madrinha do Encontro a atriz Lídia Franco, e onde tivemos 8 espetáculos, um número histórico para o Grupo.
5- Gostariam de voltar a actuar no Esmoriztur? Acreditam que a reabilitação do edifício estará para breve?
R: Quem conhece a sala em si sabe muito bem o potencial do espaço que é para todo o tipo de espectáculo e eu sou um bom exemplo disso, onde trabalhei lá 12 anos desde muito novo ainda na parte do Cinema, mas também fiz lá inúmeras peças de teatro, e por isso, esta casa é, sem dúvida, uma grande mais-valia para a Cidade de Esmoriz e para todo o Concelho. As obras já começaram, é verdade, e se continuarem podemos ter o projecto concluído.
6- Os Arautos também têm apostado na juventude para integrar os elencos das suas peças. É uma estratégia que continuarão a manter no futuro?
R: Sim, é verdade que temos sempre de procurar a juventude, mas hoje em dia é difícil de encontrar quem goste de verdade de teatro, mas temos vindo a batalhar nisso e iremos continuar e se possível melhorar.
7- Existem novas peças e projetos teatrais que estão a ser ensaiados para se estrearem nos próximos anos? Que tipo de género ponderam privilegiar mais (comédias, dramas, musicais, revista…)?
R: O nosso projeto actual é uma comédia, onde desde sempre apostamos nessa vertente, temos também uma peça infantil que está em cena e que é uma aposta forte na interacção com as crianças e iremos igualmente repor a peça infantil/juvenil “A Escolinha dos Arautos”.
8 – Os Arautos recentemente recordaram a partida de Antenor Pereira. Como descreveriam a sua contribuição para a evolução do teatro de Esmoriz?
R: O amigo Antenor Pereira, desde sempre, foi uma pessoa muito ligada à Cultura em Esmoriz, um ser humano que sempre se interessou e que mostrou toda a disponibilidade para ajudar o nosso Grupo em todas as suas vertentes. Inclusive, foi ele que nos cedeu a sala para que o nosso Grupo, quando reapareceu, pudesse continuar a desenvolver a sua Arte.
9- Continuarão a manter uma boa relação com as colectividades das regiões Norte e Centro, de forma a que seja proporcionado um saudável intercâmbio cultural através de actuações nas terras dessas associações e com a vinda posterior destas para também apresentarem os seus trabalhos em Esmoriz?
R: O nosso grupo desde sempre trabalhou com outras Associações e Grupos nesse sentido, nós recebemos e como forma de intercâmbio vamos também às regiões das entidades convidadas.
Só dessa forma é possível mostrar o nosso trabalho e também dessa forma dar a conhecer a nossa Cidade.
10- No próximo ano, e se tudo correr bem, os Arautos apresentarão o X Encontro de Teatro de Esmoriz. Estão a pensar apresentar um megafestival, caso a pandemia esteja já praticamente debelada nessa altura?
R: Temos a estrutura idealizada para que possa ser um marco histórico na vida dos Arautos, por ser o X Encontro de Teatro, tentaremos também recordar o nosso 25º Aniversário que já passou é verdade, mas com tudo o que tem direito de ser festejado.
Legenda da Imagem: Silvino Gomes, Presidente dos Arautos (à direita), acompanhado por António Sá (tesoureiro da JF Esmoriz, à esquerda) e por Alice Milheiro (ao centro) em 2018. Créditos: Página dos Arautos nas redes sociais.