Tribunal Penal Internacional emite mandados de captura para Netanyahu e Gallant (Israel) e chefe do braço armado do Hamas
21 de Novembro, 2024O Tribunal Penal Internacional em Haia emitiu, nesta quinta-feira, mandados de captura definitivos para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e para o seu antigo ministro da Defesa Yoav Gallant por terem responsabilidade na ocorrência de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza. O Tribunal visa igualmente alguns líderes do Hamas dos mesmos crimes, incluindo o chefe do braço armado, Mohammed Deif, entretanto dado como morto por uma ação militar das forças de defesa de Israel (IDF), embora essa perda não tenha sido confirmada pelo Hamas, pelo que Tribunal decidiu avançar com a acusação. Por seu turno, os outros ex-líderes do Hamas, já oficializados e reconhecidos como mortos pelos dois lados, não serão, por esse motivo lógico, levados à justiça internacional.
O Tribunal diz ter provas de que os dois lados cometeram crimes de guerra, incluindo ‘indução à fome’ e ‘extermínio do povo’ ao atacar alvos civis. De acordo com a página Globo, os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI e significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos visados caso eles entrem nos seus territórios.
Segundo o procurador Karim Khan, do lado do Hamas, os seguintes crimes foram cometidos:
- Extermínio de povo;
- Assassinato de civis;
- Sequestrar e fazer civis reféns;
- Tortura;
- Estupro e atos de violência sexual;
- Tratamento cruel e desumano
Já do lado de Israel, Khan disse ter identificado os seguintes crimes:
- Indução à fome como método de guerra;
- Sofrimento deliberado na população civil;
- Assassinato de civis;
- Ataques deliberados a civis;
- Extermínio de povo;
- Perseguição e tratamento desumano.
No entanto, o Tribunal Penal Internacional não tem jurisdição em Israel nem tem meios próprios suficientes para conseguir capturar e julgar os responsáveis. Contudo, parece inegável que esta é mais uma etapa crítica do isolamento político internacional do actual governo israelita, cuja permanência no poder dependerá, cada vez mais, do apoio ou suporte exclusivos proveniente de Washington.
Créditos da Imagem: REUTERS/Amir Cohen