“Turismo da Vacina” ganha expressão no mundo

Numa época em que quase toda a população mundial pretende ser vacinada contra a COVID-19, há Países ou Estados que estão a ser procurados sobretudo por cidadãos ricos e poderosos para uma nova modalidade – o turismo da vacina – isto é, além da visita às regiões, os turistas têm acesso a imunizantes contra o vírus. O processo tem vindo a desencadear uma enorme polémica e indignação sociais.

Neste momento, há uma forte suspeita de que alguns multimilionários têm vindo a fazer férias em países exóticos com o intuito de serem vacinados. O Dubai (Emirados Árabes Unidos) tem sido, nesse sentido, um dos destinos de eleição. De acordo com o Jornal Público, o Dubai promove turismo de vacinas com pacotes com “tudo incluído”. A vacina em questão será a da Sinopharm (chinesa). Refira-se ainda que os Emirados Árabes Unidos (em que se integra o Dubai) são, depois de Israel, os que contam com uma maior taxa de vacinação – 31,5% da sua população já foi vacinada.

No entanto, os relatos deste fenómeno também têm sido surgido no Estado da Flórida (EUA), onde decorrem campanhas de vacinação gratuita para maiores de 65 anos, embora não tenha sido especificado na lei a necessidade de se aferir a residência das pessoas desta faixa etária. Tendo em conta que muitos moradores desta região costumam passar bastante tempo fora, a verdade é que a identificação dos cidadãos a vacinar se torna mais difícil e confusa. A medida que foi promulgada politicamente com boas intenções acabaria por ter um efeito inverso, atraindo ao Estado da Flórida pessoas de várias regiões do Estados Unidos, Canadá e América Latina. Muitos habitantes da Flórida têm vindo a lamentar esta ocorrência, e as autoridades estão a investigar potenciais extravios/aproveitamentos e vão passar a exigir atestados de residência com o intuito de autorizar a vacinação. O jornal Clarín, de Buenos Aires, contava que recentemente uma série de argentinos ricos tinham viajado para Miami para serem vacinados. O Presidente da Câmara Municipal de Miami, Francis Suarez, já denunciou estas viagens que considera serem “uma bofetada na cara das pessoas desta comunidade que tentam ser vacinadas” e que têm sido ultrapassadas por outras pessoas que nem sequer têm qualquer ligação a Miami e ao Estado da Flórida.

Os especialistas temem a existência de um mercado negro que permita aos mais poderosos e a clubes/grupos sociais elitistas poderem ter acesso às vacinas (as quais, são ainda um bem escasso) de forma ilegal e criativa em alguns destinos de luxo. Existem igualmente agências de viagens no mundo que são suspeitas de estarem a promover esta nova modalidade de turismo.

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