UA desenvolve sensor de temperatura e radiação com amplo leque de aplicações
18 de Agosto, 2024A investigação científica continua a ser uma aposta por parte da Universidade de Aveiro que continua empenhada em abraçar projectos originais, encontrando-se ainda no ranking das 500 melhores universidades do mundo.
Pelo que foi possível apurar, um grupo de investigação do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) da Universidade de Aveiro (UA) e do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro desenvolveu um sensor de diamante que permite a medição simultânea de temperatura e radiação, com ou sem contacto, em ambientes extremos.
O grupo que desenvolveu a nova tecnologia é constituído por Miguel Neto, Filipe Oliveira, ambos investigadores do CICECO, tal como Rui Ramos e Silva, professor e diretor do DEMaC, e ainda por Bernardo Tavares (doutorando no DEMaC) e pelo técnico Jacinto Alves.
De acordo com o site da Universidade de Aveiro, Miguel Neto, membro da equipa, identificou as potencialidades do sensor: “É a primeira vez que é desenvolvido um sensor de temperatura que permite a medição, com ou sem contacto, numa gama elevada de temperaturas, desde temperaturas criogénicas (na ordem dos -200ºC) até cerca de 450ºC, em ambientes particularmente hostis. Também o método de fabrico do sensor é protegido por este pedido de patente e resulta de anos de investigação do nosso grupo.”
Dado o reduzido tamanho e o seu baixo tempo de resposta a pequenas variações de temperatura criadas pelos diferentes processos de transferência de calor, explica a equipa de investigação, estes sensores apresentam-se como a solução ideal em inúmeras aplicações. A elevada inércia química e a inerente biocompatibilidade destes sensores potenciam a sua utilização em plataformas para a imobilização de biomoléculas, deteção de reações químicas em processos onde ocorre troca de calor, em ambientes químicos e biológicos. A sua elevada robustez mecânica e resistência à radiação ionizante possibilita ainda a aplicação destes sensores na indústria mecânica, nuclear e aeroespacial.
Esta tecnologia participou no projeto de transferência e valorização do conhecimento científico UI-TRANSFER, dinamizado pela Universidade de Aveiro, Universidade de Trás-os-Montes, Universidade do Porto, TecMinho e Universidade de Coimbra. Com este projeto, a tecnologia obteve apoio para as provas de conceito, tendo prototipado a aplicação deste sensor em equipamentos de proteção individual, mais concretamente num capacete de bombeiros para o combate a incêndios estruturais, com o objetivo de aumentar a segurança dos operacionais durante os trabalhos de busca, salvamento e extinção.
Perante as inúmeras possibilidades de aplicação desta tecnologia, foram desenvolvidos contactos com empresas, tendo em vista a aplicação deste conhecimento e a utilização deste sensor em situações reais. Atualmente, uma empresa portuguesa encontra-se a testar a tecnologia, nomeadamente para a monitorização e detecção precoce de incêndios em áreas rurais e/ou florestais e em equipamentos de proteção individual.
Por outras palavras, podemos concluir que esta tecnologia poderá permitir uma melhor protecção e segurança dos nossos bombeiros, em situações adversas, e por isso, não deixa de ter um efeito prático bastante relevante porque estamos a falar de vidas, sobretudo daquelas que têm a missão de salvar outras vidas. Estes sensores podem ainda ser utilizados na indústria mecânica, nuclear e aeroespacial, assumindo uma clara multifuncionalidade em termos de aplicação.
Sabemos que também o jornal A Defesa de Espinho dedicou uma reportagem a este feito, tendo mesmo entrado em contacto com Bernardo Tavares, natural de Espinho, jovem investigador da equipa (e ainda bombeiro voluntário), que explicou a essência deste projecto, o qual prova a pertinência das investigações académicas aplicadas na melhoria do bem-estar comum da sociedade.
Segundo o site da Universidade de Aveiro, esta tecnologia foi alvo de um pedido de patente nacional, tendo-se avançado com a proteção internacional via Patent Cooperation Treaty (PCT), o Sistema Internacional de Patentes.
Créditos da Notícia: Universidade de Aveiro (Site Oficial)




