
Ucrânia e Rússia apostam tudo no recrutamento militar e no reforço do armamento
20 de Dezembro, 2023Apesar da estagnação geral nas linhas da frente de combate, embora com pesadas baixas para ambos os lados, Ucrânia e Rússia continuam longe de qualquer consenso, nem sequer, para um eventual cessar-fogo temporário.
A contra-ofensiva ucraniana não surtiu os efeitos desejados e as terras recuperadas, essencialmente vilas e aldeias, não permitiram catapultar, de forma decisiva, as ambições de Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, que sonhava com avanços até à Península da Crimeia, cenário que não se sucedeu.
Por seu turno, os russos intensificaram a pressão no Donbass com o reforço de efectivos operacionais, embora tenham sofrido perdas consideráveis durante as tentativas de tomar a pequena cidade estratégica de Avdiivka.
A Rússia já anunciou que, durante os próximos 24 meses (2 anos), pretende que as suas Forças Armadas venham a ser constituídas por 1 milhão e meio de homens, apostando ainda no reforço do seu arsenal nuclear.
Por sua vez, a Ucrânia respondeu com a mobilização de mais de meio milhão de homens para o seu Exército e pretende aumentar exponencialmente o fabrico de drones com fins militares (tanto de reconhecimento como de ataque). No entanto, os ucranianos esperam e desesperam pelo aval final do Congresso dos Estados Unidos da América, onde devido às divergências entre democratas e republicanos, está congelado um pacote de apoio na ordem dos 100 mil milhões de euros. Também o veto da Hungria no Conselho Europeu sobre um apoio na ordem dos 50 mil milhões de euros veio complicar os cálculos estratégicos de Kiev que, ao convocar mais homens para a linha da frente, também necessitará de mais armamento para alimentar o esforço de guerra.
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