“Um Espírito Iluminado” e o bilhete premiado motivaram noite de humor

29 de Janeiro, 2023 0 Por A Voz de Esmoriz

Neste sábado à noite, o Grupo de Teatro Renascer apresentou “Um Espírito Iluminado”, no auditório da associação, situado no lugar dos Castanheiros, em Esmoriz. A peça já tinha sido estreada no último Festival de Teatro de Esmoriz e voltou a pautar-se pelo êxito.

A narrativa desenvolve-se em volta de um velório – Abreu faleceu de ataque fulminante, estando rodeado de amigos e familiares que se despediram de si, naquele momento fúnebre. No entanto, as peripécias ganham outra desenvoltura quando se sabe que o falecido ganhou um prémio avultado no Euromilhões, e todos querem saber onde está o talão distinguido para reclamar o prémio. A caça ao bilhete começa, e nem as roupas do defunto são poupadas à devassidão faminta. Nem a inspiração transcendental da bruxa Guivá permitirá ressuscitar, nem que seja, por segundos, Abreu para que este pudesse transmitir a localização do bilhete.

Entretanto, descobre-se que o falecido, além de ter supostamente deixado uma viúva para trás, tinha uma amante, de seu nome, Suelly (que era, na verdade, um homem!). E logo o enredo começa a exponenciar uma imensidão de boatos, rumores, intrigas e comentários mordazes ou picantes.

Um dos sócios tenta atirar-se a essa amante só para lhe tentar extrair o dinheiro visto que desconfiava que essa pessoa seria agora a portadora do bilhete. Entretanto, ambos decidem desaparecer de cena, o que para os curiosos seria um sinal de que teriam achado o prémio e viajado.

Agastados e desiludidos, os ditos curiosos decidem também sair de cena, sem antes dizerem, cada um, o que desejariam alcançar se tivessem ficado com o prémio. Houve quem quisesse uma viagem a Paris, outra sonhava com um carro novo, também umas férias exóticas no Taiti estavam na agenda de outra familiar, e havia ainda quem pedisse, pelo menos, respeito para si própria. O sonho comanda a vida, e só estamos a sete cruzes certeiras de sermos milionários, é uma questão de todos continuarmos a tentar!

No final da peça, restarão o cangalheiro e o falecido Abreu. No entanto, foi mesmo o cangalheiro que acabou por achar o bilhete da sorte ao lado do alegado “morto”, e congratulou-se, dizendo para si próprio “O dinheiro é agora meu!”. Ao que o suposto falecido se levanta do caixão e responde “Não é teu, é nosso!”. Só que o cangalheiro reage imediatamente e fecha o caixão com o Abreu preso lá dentro, apoderando-se do bilhete e dando ordens para que o “defunto” fosse “cromado” (leia-se cremado).

Uma noite de humor que decerto aqueceu as pessoas, arrancando sorrisos.