Uma em cada 10 famílias alteraram transporte dos estudantes até à escola devido aos preços dos combustíveis

29 de Setembro, 2022 0 Por A Voz de Esmoriz
  • Embora o carro permaneça o principal meio utilizado, 24% vão optar que os estudantes se desloquem de transportes públicos, 13% exclusivamente a pé, e 22% a pé conjugado com outro modo de deslocação

Neste regresso às aulas, tendo em conta o contexto económico, alguns dos encarregados de educação tomaram medidas para mitigar o impacto da subida generalizada dos preços no orçamento familiar.

O Observador Cetelem Regresso às Aulas 2022 indica que, face à subida dos preços dos combustíveis, 9% dos encarregados de educação optaram por alterar o transporte dos educandos até à escola. Os portugueses com filhos a frequentar o Secundário são os que demonstram ter mais vontade de o fazer (19%), seguindo-se os que frequentam o 3.º Ciclo e o ensino Superior (13%, respetivamente). Já aqueles com filhos no Pré-Escolar não tencionam alterar. De salientar que é entre os entrevistados com menores rendimentos que se verifica uma maior propensão para alterar o modo de deslocação devido aos preços dos combustíveis (22%).

Analisando este dado por regiões, os inquiridos residentes na Área Metropolitana do Porto são aqueles que demonstram ter mais vontade de alterar o meio de transporte (21%), seguido dos da região Centro do país (17%). Apenas 1% dos inquiridos na região sul equaciona fazer essa mudança, sendo a região do país onde os entrevistados mais utilizam o carro para se deslocarem até ao estabelecimento de ensino (69%).

Ainda assim, e apesar desta intenção de diminuição da utilização do carro, este continua a ser o principal meio usado para se deslocarem, com cerca de 47% dos encarregados de educação entrevistados a mencionarem que o vão usar (menos 10 p.p. face a 2021). 24% optam pela utilização dos transportes públicos, 22% fazem o percurso a pé com outra forma de deslocação e 13% deslocam-se a pé até ao estabelecimento de ensino.

Os dados permitem observar que há mais estudantes a deslocar-se mais frequentemente de carro com a família entre os que estão no ensino pré-escolar e no 1.º Ciclo (67% e 62%, respetivamente). Os estudantes do ensino Secundário (49%) e Superior (63%) fazem parte do grupo dos que mais optam por ir a pé complementando com outro meio.

Verifica-se ainda que os alunos do ensino privado se deslocam mais frequentemente de carro com a família (74%), enquanto os do ensino público vão exclusivamente a pé (26%), conjugando a ida a pé com outro modo (22%) ou de transportes coletivos (15%).


Metodologia

O inquérito quantitativo do Observador Cetelem Regresso às Aulas 2022 foi realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen. Este teve como target indivíduos de ambos os géneros, de idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, residentes em Portugal Continental, que tenham dependentes em idade escolar. O estudo foi conduzido através de entrevistas telefónicas assistidas por Computador (CATI). No total foram feitos 1262 contactos para realizar 504 entrevistas representativas do universo em estudo. O erro máximo associado é de + 4.4 p.p. para um intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram conduzidas por intermédio de questionário estruturado de perguntas fechadas com a duração máxima de 12 minutos. Foram realizados contactos representativos da população e estratificados por Distrito; Género e Idade para encontrar o target do estudo. As entrevistas foram conduzidas por uma equipa de entrevistadores Nielsen, que receberam treino específico para o presente estudo. O trabalho de campo decorreu entre 11 a 25 de agosto 2021.

A maioria dos inquiridos pelo Observador Cetelem Regresso às Aulas 2022 (68%) tem apenas um estudante a seu cargo, 28% tem dois e 4% tem três ou mais. 88% dos inquiridos indicam que os seus dependentes frequentam o ensino público, com os restantes a referir o ensino privado. A grande maioria (76%) tem a seu cargo estudantes do ensino básico – 31% no 1º ciclo; 26% no 2º ciclo e 24% no 3º ciclo. 20% têm estudantes a seu cargo a frequentar o ensino secundário, 8% o ensino pré-escolar e 9% estudantes universitários.