Universidade de Aveiro participa em projeto europeu para desenvolver sensores em fibra ótica para baterias de veículos elétricos
15 de Janeiro, 2021A Universidade de Aveiro (UA) participa num projeto europeu para desenvolver sensores em fibra ótica para baterias de ião-lítio de veículos elétricos. De nome INSTABAT – “Innovative physical/virtual sensor platform for battery cell”, o projeto é financiado pela Comissão Europeia através do programa Horizonte 2020, já começou e conta com membros do i3N – Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação na sua equipa.
O projeto INSTABAT (https://cordis.europa.eu/project/id/955930) recebeu um financiamento de aproximadamente quatro milhões de euros e é coordenado pelo CEA, França, contando ainda com a participação de outros centros de investigação como o CNRS e INSA, em França, e parceiros empresariais, tais como a BMW, e Infineon Technologies, ambos na Alemanha, Faurecia (França) e VARTA (Áustria). O projeto é parte integrante do roteiro Battery2030+, iniciativa de pesquisa europeia em grande escala e longo prazo para chegar às baterias sustentáveis do futuro.
Partindo do princípio de que o maior uso de baterias na indústria automóvel requer melhorias na sua segurança e na trilogia: qualidade, confiabilidade e vida (trilogia designada, em inglês, QRL – “quality, reliability and life”) das baterias, o projeto INSTABAT, visa monitorizar, em tempo real e em funcionamento, parâmetros essenciais de uma célula de bateria de ião-lítio, fornecendo com maior precisão os estados de certos indicadores, tais como, carga, capacidade, potência, energia e segurança, permitindo assim melhorar a sua performance e a trilogia QRL.
O projeto procura uma solução de tecnologias e funcionalidades integradas de monitorização inteligente. Esta solução monitorizará de forma fiável parâmetros-chave, articulando a evolução desses parâmetros com os fenómenos de degradação físico-químicos que ocorrem no núcleo das células das baterias, melhorando o seu desempenho funcional, autonomia e segurança.
Prevista prova de conceito
Para atingir esse objetivo, o projeto INSTABAT desenvolverá uma prova de conceito de tecnologias e funcionalidades de sensores inteligentes, integrada numa célula de bateria e capaz de:
- Desempenhar de forma confiável uma monitorização operacional (resolvido no tempo e no espaço) de parâmetros-chave (temperatura e fluxo de calor; pressão; deformação; concentração e distribuição de iões de lítio; concentração de CO2; impedância “absoluta”, potencial e polarização) por meio de: (i) quatro sensores físicos incorporados (sensores em fibra ótica e de luminescência, elétrodos de referência e foto-acústicos), (ii) dois sensores virtuais (baseados em modelos eletroquímicos e termicamente reduzidos);
- Correlacionar a evolução desses parâmetros com os fenómenos de degradação físico-químicos que ocorrem no interior das células das baterias;
- Melhorar o desempenho funcional da bateria e segurança, através de algoritmos BMS aperfeiçoados, que fornecem indicadores de maior precisão em tempo real (levando em consideração os parâmetros medidos e estimados).
Assim, será criada uma prova de conceito através do desenvolvimento de uma plataforma multisensor, para aplicações em veículos elétricos (reduzindo o envelhecimento, melhorando as margens de segurança e autonomia, desencadeando a autorregeneração e facilitando o uso como segunda vida). Além disso, concluir-se-á um estudo de viabilidade técnico-económica (fabrico e adaptabilidade a outras tecnologias celulares).
A equipa da UA (foto enviada em anexo à mensagem que também inclui a nota de imprensa) é constituída pelos investigadores Micael Nascimento, Carlos Marques, João de Lemos Pinto, do laboratório associado i3N, grupo Nanofotónica e Optoeletrónica, do Departamento de Física, tendo ainda como gestora de projeto, Luísa Sal.
O projeto INSTABAT faz parte do roteiro Battery2030+, iniciativa de pesquisa europeia em grande escala e longo prazo que tem como meta as baterias sustentáveis do futuro, fornecendo à indústria europeia tecnologias inovadoras e uma vantagem mais competitiva em toda a cadeia de valor das baterias, permitindo que a Europa atinja os objetivos de uma sociedade neutra para o clima, tal como previsto no European Green Deal.
Artigo escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico
Serviços de Comunicação, Imagem e Relações Públicas da UA (João Correia)